Crise na saúde repercute no Senado, Câmara Legislativa e no CRM

Secretaria da Saúde DF Misto Brasília
Secretaria da Saúde é constantemente convocada para dar explicações/Arquivo/Divulgação

A morte de três crianças nos últimos dias elevaram as críticas contra o sistema de saúde pública no Distrito Federal

Por Misto Brasil – DF

O Conselho Regional de Medicina (CRM-DF) do Distrito federal deverá realizar hoje (22) uma reunião para discutir a crise na saúde pública na capital do Brasil.

Nas três últimas semanas três crianças morreram na rede pública por suposta negligência e falta de vagas e de ambulância e também de medicamentos.

Dois dos casos envolvem bebês que não conseguiram ser transferidos para unidades com vagas disponíveis. A família da terceira criança, de oito anos, acusa o poder público de negligência.

Um quarto caso foi divulgado nesta manhã que envolve um bebê de apenas dois dias, A crise na saúde pública não é um caso novo, porque se arrasta há anos com a falta de médicos, de profissionais de enfermagem e com hospitais e Unidades de Pronto Atendimento lotadas.

O governo do Distrito Federal tem alegado a falta de profissionais para justificar os problemas na saúde.

O levantamento “Demografia Médica 2024”, realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e Conselhos Regionais de Medicina (CRMs), revelou que a quantidade de médicos no Distrito Federal aumentou 75% em 13 anos.

Atualmente, são 18.045 profissionais ativos, o que representa um índice de 6,31 para cada 1 mil habitantes. Em nível nacional, a quantidade é de 2,81 médicos para cada 1 mil brasileiros.

Plenário Câmara Legislativa DF Misto Brasília
Votação no plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal/Arquivo/Divulgação

O que disseram os parlamentares

A senadora Leila Barros (PDT-DF) criticou a administração do governador Ibaneis Rocha no plenário do Senado Federal.

“É inadmissível que a autoridade máxima do DF não tenha respostas para uma crise que só tem se agravado. “A pergunta que fica é: para quem e para que serve esse helicóptero quando não conseguimos sequer garantir o básico para nossos cidadãos?”

Uma das mortes relatadas na Câmara Legislativa na sessão de ontem, foi da menina Ana Júlia, de oito anos.. Esta foi a terceira morte de uma criança neste mês na rede pública, com denúncias dos familiares de negligência médica.

Na opinião do deputado distrital Chico Vigilante (PT), sugeriu a convocação da secretária de Saúde, Lucilene Queiroz, e do diretor do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF), Juracy Cavalcante, para discussão de uma saída “para esta situação tão grave”.

O presidente da Comissão de Educação, Saúde e Cultura, deputado distrital Gabriel Magno (PT), classificou a saúde pública como “caótica” e afirmou que o Iges-DF tem operado contra a população.

“Nós acionamos ontem (anteontem) o Ministério Público e o Ministério Público de Contas. É preciso averiguar o descumprimento dos contratos de prestação de serviço”.

O deputado distrital Max Maciel (Psol) disse que “posso afirmar que se fosse uma filha minha que morresse por falta de ambulância eu tacava foco e quebrava tudo. O maior vandalismo é deixar uma criança morrer por falta de atendimento. População não tem que ter paciência, tem que protestar e ir para rua cobrar os seus direitos”.

O deputado distrital Jorge Vianna (PSD) responsabilizou a empresa terceirizada UTI Vida pela falta de ambulância. Segundo ele, a empresa atua com veículos velhos e insuficientes para atender à demanda da rede pública.

“Falei várias vezes que essa empresa estava com problemas. Pegou o serviço público e não deu conta de atender a população. Ainda tem trabalhadores com excesso de carga de trabalho, colocando em risco a vida do trabalhador e do paciente”, disse.

O deputado distrital Joaquim Roriz Neto (PL) prestou solidariedade à família da menina Ana Júlia e disse que o que pode ser feito agora “é trabalhar o máximo possível para que isso não aconteça novamente”, confirme registrou a Agência CLDF.

O deputado distrital Ricardo Vale (PT) avaliou que a morte das três crianças se deram “por falta de atendimento, organização e planejamento do setor de saúde”.

 

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