Investigado em operação da PF coordenou campanha de senador

senador Weverton Rocha prefeito Erlanio Xavier Misto Brasília
Senador Weverton Rocha ao lado do prefeito de Igarapé Grande Erlanio Xavier/Arquivo/Divulgação

O prefeito da pequena cidade maranhense de Igarapé Grande é um aliado político de Weverton Rocha

Por Misto Brasília – DF

O prefeito de Igarapé Grande, Erlânio Xavier (PDT), é um dos principais alvos da Operação Quebra Ossos, deflagrada hoje (14) pela Polícia Federal. O prefeito foi coordenador da campanha do senador Weverton Rocha (PDT) ao governo do Maranhão nas eleições do primeiro turno.

O senador Weverton Rocha foi um dos parlamentares do estado que mais se beneficiou da chamada emenda secreta ou emenda paralela (RP9), que está sendo investigada há algum tempo. Outro parlamentar do estado que recebeu muito dinheiro da emenda secreta, foi o deputado Josimar Maranhãozinho (PL-MA), que foi um aliado do senador na tentativa de chegar ao Palácio dos Leões.



O prefeito Erlândio, que é o presidente da Federação dos Municípios do Maranhão, também está sendo questionado na justiça federal. Segundo informou a PF, foram verificados indícios de fraudes em contratos firmados pelo município de Igarapé Grande como meio de desviar os recursos recebidos indevidamente.

Acostumado a andar com carro blindado, o prefeito comanda o pequeno município de 11,6 mil habitantes e IDH de 0,614. Recentemente, a justiça determinou o bloqueio de R$ 2,7 milhões do Fundo de Participação do Município (FPM), também por aplicações suspeitas.



Weverton fez propaganda do orçamento durante a campanha eleitoral. O parlamentar se esquiva quando questionado sobre as emendas. Em setembro, o Uol fez uma série de reportagens sobre as emendas secretas.

O estado do Maranhão teve empenhado R$ 778.493.881.98. E foi pago R$ 643.523.204,51. Em julho, a Agência O Globo divulgou que  R$ 6,1 bilhões foram indicadas pelo governo federal em emendas do chamado orçamento secreto em duas semanas.

O valor é praticamente o dobro do que já tinha sido indicado desde o início de maio. Segundo dados da Comissão Mista do Orçamento (CMO), foram indicados até aquela data R$ 12,3 bilhões desse tipo de emenda.



Em 2020, o governo federal empenhou 97,9% do orçamento secreto previsto na Lei Orçamentária Anual. No ano seguinte, a taxa de obediência foi ainda maior, 99,1%. O empenho é a garantia que o dinheiro será gasto.

Esses gastos, em sua maioria, são destinados para obras e serviços nas bases eleitorais dos parlamentares.

Também no início de julho, o relator do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2023, senador Marcos do Val (Podemos-ES), desistiu da obrigatoriedade do pagamento das emendas do relator do Orçamento Geral da União. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, avaliou como prudente o recuo afirmando que regras de transparência serão definidas.



Na época, senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) fez um apelo pelo fim das emendas de relator citando denúncias de irregularidades que remetem ao escândalo dos “Anões do Orçamento”.

“Está na hora de o Senado se dar ao respeito. Está na hora de o Congresso se dar ao respeito. Vamos pôr um basta definitivo a essas emendas de Relator. Isso é um escândalo. O político que quer levar obras para a sua região que o faça defendendo projetos e não essas emendas secretas. Isso é um escárnio, isso é um desrespeito à sociedade brasileira. Vamos acabar com as RP9. Tem que eliminar a RP9”.


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