Putin justifica guerra na Ucrânia como resposta ao Ocidente

Rússia Vladimir Putin avião Misto Brasília
Vladimir Putin tenta levar um voo de cruzeiro enquanto a turbulência está próxima/The Moscow Times

Contrariando previsões, o presidente não fez nenhum grande anúncio em seu discurso

No chamado Dia da Vitória, em que a Rússia celebra o triunfo sobre a Alemanha nazista ao fim da Guerra Mundial, o presidente Vladimir Putin descreveu nesta segunda-feira (09) a guerra do país contra a Ucrânia como uma resposta a políticas do Ocidente e evocou a memória do heroísmo soviético.



Ao discursar na tradicional parada militar anual, Putin traçou paralelos entre a luta do Exército Vermelho contra tropas nazistas e a ação das forças russas na Ucrânia, que ele descreve como uma batalha contra perigosos nacionalistas inspirados pelo nazismo. O líder russo já comparou várias vezes a situação atual com o desafio enfrentado pela União Soviética após a invasão pelas forças de Adolf Hitler em 1941.

Contrariando previsões, o presidente não fez nenhum grande anúncio em seu discurso de 11 minutos e, após 75 dias de guerra, não deu nenhum indicativo de por quanto tempo ela ainda pode durar. Ele usou a maior parte de sua fala para justificar a invasão da Ucrânia, que ele chama de “operação militar especial”, descrevendo-a como necessária para impedir uma potencial agressão contra a Rússia.

Diante de milhares de soldados reunidos na Praça Vermelha, em Moscou, no 77º aniversário da vitória sobre a Alemanha nazista, Putin afirmou que as forças russas na Ucrânia estão defendendo sua pátria contra uma “ameaça absolutamente inaceitável” com o objetivo de enfraquecer a Rússia. Ele repetiu argumentos de que a Otan estava criando ameaças próximo à fronteira russa.



“Vimos infraestruturas militares sendo mobilizadas, centenas de especialistas estrangeiros trabalhando e fornecimento regular de armamento moderno da Otan. O perigo estava crescendo a cada dia. A Rússia reprendeu o agressor preventivamente. Foi uma medida necessária e a única possível nessa situação. A decisão de um país soberano, forte e independente”, afirmou.

“Os países da Otan não quiseram nos escutar, eles tinham outros planos”, disse. “Preparações estavam em curso para uma operação punitiva no Donbass, para a invasão das nossas terras históricas, incluindo a Crimeia“, afirmou, em referência à península anexada pela Rússia em 2014 e à região no leste da Ucrânia em que separatistas pró-Rússia enfrentam forças de Kiev desde então, de acordo com a Agência DW.


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