Tudo ou nada nas eleições da França neste domingo

França manifestação contra a extrema-direita Misto Brasil
Manifestantes reunidos em Paris contra a extrema-direita/Arquivo/Reprodução vídeo

A segunda maior economia da União Europeia (UE) já sofre com uma montanha de dívidas de cerca de 110% do PIB

Por Misto Brasil – DF

“Aposta”, “jogada de pôquer”, “decisão arriscada”, “golpe teatral”,”opção ousada”: esses foram alguns adjetivos usados pela imprensa francesa em reação ao anúncio do presidente do país, Emmanuel Macron, que dissolveu a Assembleia Nacional e convocar novas eleições legislativas.

As eleições legislativas francesas de 2024 serão realizadas no domingo (30) e 7 de julho com o objetivo de eleger os 577 membros da Assembleia Nacional Francesa. O clima é de tudo ou nada num confronto aberto entre extrema direita e a esquerda.

Macron anunciou sua decisão pouco mais de uma hora após os primeiros resultados das eleições para o Parlamento Europeu, que marcaram uma derrota humilhante para seu partido, o Renascimento, perante a legenda ultradireitista Reunião Nacional (RN), liderada por Marine Le Pen.

Segundo as projeções, ela e seus correligionários obtiveram 31,5% dos votos, mais do que o dobro do 15,2% da coalizão pró-União Europeia de Macron.

Volta da aposentadoria aos 60 anos, aumento do salário mínimo, isenção fiscal para pessoas com menos de 30 anos. As promessas de campanha nos extremos da direita e da esquerda francesa são notáveis – e têm algo em comum: são muito, muito caras.

Os custos para os já esvaziados cofres públicos da França podem chegar à casa dos bilhões.

De onde esse dinheiro sairá é uma pergunta para a qual nenhum dos dois lados dá uma resposta.

Para o economista Friedrich Heinemann, do Centro Leibniz de Pesquisa Econômica Europeia (ZEW), isso é reflexo da “radicalização da política econômica” desses partidos.

“São programas econômicos completamente irrealistas. Foram escritos para o nirvana, não para a economia francesa como ela se apresenta hoje”, afirma o especialista em finanças públicas em entrevista à DW.

A segunda maior economia da União Europeia (UE) já sofre com uma montanha de dívidas de cerca de 110% do Produto Interno Bruto (PIB) e um déficit orçamentário que, no ano passado, foi de 5,5% do PIB – muito distante do teto definido pelo acordo fundador da UE, o Tratado de Maastricht, de respectivos 60% e 3%.

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