Acusados de golpe começam a ser julgados na Alemanha

Protesto contra a direita Alemanha Misto Brasil
Protestos contra a direita aconteceram em várias cidades alemãs/Arquivo/Reprodução X

O grupo, que seguia teorias conspiratórias e elaborava planos para uma tomada violenta do poder, foi desbaratado pela polícia

Por Misto Brasil – DF

A Justiça alemã começa a julgar nesta segunda-feira (29) os primeiros réus acusados de pertencer a uma rede de extrema direita que planejava tentar derrubar as instituições democráticas alemãs e tomar o poder por meio de um golpe de Estado.

Os nove réus serão julgados pelo Tribunal Regional Superior de Stuttgart. “Este é um dos maiores processos envolvendo a segurança do Estado na história da República Federal”, disse o presidente do tribunal, Andreas Singer, segundo a Agência DW.

O grupo, que seguia teorias conspiratórias e elaborava planos para uma tomada violenta do poder, foi desbaratado pela polícia em dezembro de 2022.

Na ocasião, foram presas mais de duas dezenas de pessoas, entre elas um aristocrata – apontado como a principal liderança do grupo –, ex-militares e uma juíza, entre outros.

O julgamento desta segunda-feira, que ocorre em Stuttgart, envolve nove réus – entre eles um ex-militar e um sargento da ativa das Forças Armadas da Alemanha.

Eles são acusados de fazer parte da chamada “ala militar” da rede, que, segundo a denúncia do Ministério Público Federal, seria responsável por lançar atos de violência, incluindo uma invasão armada do Bundestag (Parlamento alemão).

Ainda estão previstos outros dois julgamentos, envolvendo 17 réus. Um deles, previsto para maio em Frankfurt, vai concentrar os réus acusados de fazerem parte da liderança da rede.

Em 7 de dezembro de 2022, 3.000 policiais foram mobilizados na Alemanha em uma das maiores operações antiterrorrismo da história moderna do país europeu.

Em poucas horas, os alvos foram revelados para a imprensa: 25 pessoas foram presas por suspeita de filiação a uma organização terrorista e por suspeita de planejar um golpe. Mais três pessoas acabariam presas nos meses seguintes.

Entre os julgados de hoje está Rüdiger von Pescatore, um ex-militar. Entre 1993 e 1996, Pescatore foi comandante de um batalhão de paraquedistas.

Ele teria sido expulso das Forças Armadas alemãs devido à venda ilegal de armas dos estoques do antigo exército da Alemanha Oriental. Rüdiger também costumava passar parte do seu tempo no Brasil.

Há empresas registradas em seu nome em Santa Catarina e ele atuou como representante comercial de companhias de energia no Brasil.

Segundo os promotores, caso o golpe fosse bem-sucedido, Heinrich 13º assumiria a liderança do Estado alemão, enquanto Rüdiger seria nomeado chefe militar. Malsack-Winkemann assumiria a chefia do Ministério da Justiça.

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