Levantamento da Conferência de Segurança de Munique ouviu 12 mil pessoas, incluindo os brasileiros
Por Misto Brasil – DF
A migração por causa de guerras e das mudanças climáticas é vista como a maior ameaça pelas 12 mil pessoas entrevistadas em países do G7 e também no Brasil, China, Índia, África do Sul e Ucrânia.
No ano passado, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia foi considerada a maior ameaça à segurança mundial na pesquisa da Conferência de Segurança de Munique (MSC, na sigla em inglês) – em especial nos países do G7, revelou a Agência DW.
A ameaça representada pela Rússia continua a ser classificada como mais elevada do que antes da invasão da Ucrânia, há dois anos. Ela apenas ficou um pouco para trás na percepção das pessoas entrevistadas entre outubro e novembro de 2023, dando a entender que elas se habituaram um pouco à guerra.
Na Ucrânia, a pesquisa também perguntou sobre as “condições aceitáveis para um cessar-fogo”, com 92% pedindo a retirada completa das tropas russas do país, incluindo a Crimeia.
Apenas 12% considerariam aceitável que apenas a Crimeia permanecesse anexada pela Rússia. Mais de dois terços gostariam que a Ucrânia se unisse rapidamente à UE e à Otan.
A Conferência de Segurança de Munique ocorre todos os anos, em fevereiro, na capital da Baviera, e reúne militares, especialistas em segurança e políticos de alto escalão de todo o mundo. O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, também deverá participar do evento deste ano, que começa nesta sexta-feira (16/01) e vai até domingo.
Uma guerra quase iminente
De acordo com a pesquisa, a percepção de risco de um conflito militar no Indo-Pacífico entre a China e Taiwan aumentou drasticamente. Os temores oriundos de uma China cada vez mais autoconfiante deram um grande salto especialmente no Japão, na Índia, nos EUA, na Alemanha e na França.
Nos países do G7 (Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Japão, Canadá e EUA), “grande parte da população acredita que seus países serão menos seguros e prósperos daqui a dez anos“, afirma o presidente da MSC, Christoph Heusgen, no relatório que analisa a pesquisa.
A análise mostra que as pessoas nos países do G7 esperam um aumento no poder e na influência da China e dos países do Sul Global em detrimento de seus próprios países.