O candidato presidencial Sergio Massa admitiu que os resultados “não são os que esperávamos”. E disse que já conversou com Javier Milei: “Para parabenizá-lo e desejar-lhe boa sorte, porque é o presidente que a maioria dos argentinos elegeu para os próximos quatro anos”.

Massa, ministro da Economia de um país com uma inflação anual de 142%, admitiu a sua derrota antes mesmo da divulgação dos resultados oficiais.

Última atualização às 22h04

“O mais importante que deve ser deixado aos argentinos é a mensagem de convivência, diálogo e paz diante de tanta violência e desqualificação, é o melhor caminho que podemos seguir”, acrescentou, de acordo com o Clarin.

O economista Javier Milei, de 53 anos, venceu neste domingo o segundo turno das eleições na Argentina ao conseguir 56% dos votos contra Sergio Massa, que obteve 44% com 87% apurados, confirmou o El Pais.

O resultado foi uma reviravolta sem precedentes.

E a Argentina enfrenta agora o desconhecido, seguindo os passos de Donald Trump nos Estados Unidos e de Jair Bolsonaro no Brasil. Armado com uma motosserra, o economista apelou durante a campanha ao “extermínio da casta política”, que acusa da perpétua crise económica que assola a Argentina.

O apoio que recebeu do ex-presidente liberal Mauricio Macri (2015-2019) logo após o primeiro turno foi fundamental para a vitória de Milei. 76% dos eleitores votaram nas eleições, segundo escreveu agora à noite o jornal espanhol.

“Havia dois caminhos, optámos pelo sistema de segurança nas mãos do Estado, defendemos o caminho da defesa da educação e da saúde pública como valores centrais, para as nossas PME, que é a melhor forma de construir prosperidade, mobilização social ascendente e progresso para nossa nação”, continuou a marcar diferenças com o libertário.

“Os argentinos escolheram outro caminho. A partir de amanhã, a tarefa de dar certezas e transmitir garantias sobre o funcionamento social, político e econômico é responsabilidade do presidente eleito. Esperamos que o faça”, continuou Massa. Também confiou a Alberto Fernández a implementação de mecanismos de “transição” nos próximos dias.