Mudanças no Congresso dificultam ressuscitar agenda liberal na economia

Arthur Lira, Bolsonaro e Rodrigo Pacheco Misto Brasília
Jair Bolsaro em companhia de Arthur Lia e Rodrigo Pacheco/Arquivo

Texto de Vivaldo de Sousa

Mesmo com a eleição de aliados para as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, como Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o ministro da Economia, Paulo Guedes, deverá ter dificuldades em “ressuscitar” a agenda liberal, com a aprovação das reformas tributárias e administrativa neste ano e avanço no programa de privatização/concessão do governo federal.

O recrudescimento da pandemia, num cenário com oferta limitada de vacinas e desemprego em alta, uma nova edição do auxílio emergencial, seja por meio da ampliação do Bolsa Família ou com outro nome, deve ser a principal medida a ser discutida ao longo deste mês. E deve caminhar paralelamente com a aprovação do Orçamento de 2021, tema não resolvido que veio do ano passado.

Bandeira de Rodrigo Maia (DEM-RJ), a reforma tributária, que na Câmara dos Deputados foi apresentada por Baleia Rossi (MDB-SP), vai recuar algumas casas no “Jogo de Prioridades” de Lira, inclusive com a provável troca da relatoria, que estava com o deputado Aguinaldo Ribeiro (PB), companheiro de partido mas aliado de Maia. E tudo indica que Bolsonaro não vai se mexer para acelerar essa discussão.

Internamente, o governo ainda não conseguiu fechar uma proposta de mudança nos impostos que não inclua ressuscitar a antiga CPMF, agora travestida com outro nome. Promessa de Guedes ao setor produtivo, o fim da contribuição patronal sobre folha de pagamento, mesmo com a justificativa de gerar novos empregos num momento de alta do desemprego, deve ficar novamente apenas no papel por falta de recursos.

Mas a pressão por aumento de gastos, inclusive com a ampliação de verbas dos ministérios que vierem a ser ocupados por indicados dos partidos do Centrão, deve aumentar nas próximas semanas. Concluída a ocupação das presidências das comissões permanentes na Câmara e no Senado, será o momento de apresentar nova parcela do “preço” pela eleição de aliados para o comando do Legislativo.

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