Apesar de serem eleições locais, as campanhas foram dominadas por temas nacionais como política de imigração
Por Misto Brasil – DF
Os olhos da Alemanha estarão voltados para o leste do país neste domingo (01), quando os eleitores da Saxônia e da Turíngia irão às urnas para eleições parlamentares regionais.
Embora os dois estados concentrem uma população combinada de 6,3 milhões de pessoas (menos de um décimo da população do país), as eleições locais estão sendo encaradas com atenção no restante da Alemanha.
A perspectiva é que metade do eleitorado local deposite votos em duas siglas antissistema com discursos populistas.
A ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD) e a Aliança Sahra Wagenknecht – Razão e Justiça (BSW), um novo partido de esquerda com viés socialmente conservador, criado em janeiro e que leva o nome da sua fundadora.
As últimas pesquisas apontam que a AfD e a BSW devem conseguir reunir 50% dos votos na Turíngia.
E próximo disso na vizinha Saxônia, reforçando o declínio local das três siglas centristas que compõem o a coalizão do governo federal liderada por Olaf Scholz: o Partido Social Democrata (SPD), o Partido Verde e o Partido Liberal Democrático (FDP).
Um mau resultado dessas três siglas no Leste deve aumentar a pressão sobre a coalizão de Scholz, que sofre com reprovação em todo o país apenas um ano antes da próxima eleição federal, marcada para o final de setembro de 2025.
Entre as legendas tradicionais, apenas a conservadora União Democrata Cristã (CDU), hoje na oposição, deve se sair bem.
A Saxônia e a Turíngia ficam no território que compunha a antiga Alemanha Oriental comunista. Mais de 30 anos após a reunificação do país, essa região ainda apresenta padrões de votação distintos do restante da Alemanha, e nos últimos anos tem sido o principal reduto da ultradireita alemã.
Apesar de serem eleições locais, as campanhas foram dominadas por temas nacionais como política de imigração e a continuidade do auxílio alemão à Ucrânia, que são vistos de forma mais crítica por parte da população do leste, onde há proporcionalmente menos estrangeiros e, segundo pesquisas, uma maior prevalência de opiniões favoráveis à Rússia.