Amazônia e o Cerrado foram os biomas mais devastados até 2023

Cerrado desmatamento Misto Brasília
O Cerrado é um dos biomas mais prejudicados pelo desmatamento/Arquivo/Eco
Compartilhe:

Proporcionalmente em relação ao próprio tamanho, as maiores perdas de vegetação nativa foram registradas no Pampa e Cerrado

Por Misto Brasil – DF

O Brasil devastou 33% de toda sua vegetação nativa até 2023. O país registrou um aumento de 13% de perda histórica de áreas naturais nos últimos 39 anos.

De todos os seus cinco biomas, os que tiveram o maior desmatamento desde 1985 foram a Amazônia e o Cerrado, que perderam 55 milhões de hectares e 38 milhões de hectares, respectivamente, seguidos por Caatinga, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal.

Proporcionalmente em relação ao próprio tamanho, as maiores perdas de vegetação nativa foram registradas no Pampa (28%), seguido pelo Cerrado (27%). Na sequência, vêm a Amazônia (14%), a Caatinga (14%), o Pantanal (13%) e a Mata Atlântica (10%).

Os dados, divulgados nesta quarta-feira (21), fazem parte da mais recente análise feita pelo MapBiomas, rede de pesquisadores ligados a universidades, ONGs e empresas de tecnologia que monitoram as transformações do uso do solo em território nacional.

Para o levantamento, foram utilizadas imagens de satélite a partir de 1985. Nesses últimos 39 anos, metade de toda a perda de vegetação nativa no país se deu na Amazônia.

Segundo o pesquisador Eduardo Velez, do MapBiomas, o corte da vegetação nativa diminui também a proteção das cidades aos impactos dos eventos climáticos extremos, como grandes enchentes.

“Esses dados são importantes para a discussão pública que temos que fazer sobre o quanto o país está preparado para enfrentar os riscos das mudanças climáticas”, adiciona.

No período analisado, o corte da mata nativa se deu principalmente em propriedades privadas – 81% do total. A principal força motriz foi a agropecuária: a área de pastagem cresceu 79% em relação a 1985.

Atualmente, a atividade ocupa 2,7 milhões de quilômetros quadrados (km²) no país, o equivalente a 7,5 vezes o tamanho da Alemanha.

No Pantanal, que registrou sua última grande alagação em 2018, a agropecuária tem avançado rumo ao interior. Tradicionalmente, os campos nativos do bioma eram os mais usados na agropecuária.

Nos últimos anos, com a seca, a vegetação nativa tem sido removida por completo para dar lugar a pastagem com plantio de espécies exóticas.

Nas últimas quatro décadas, a área ocupada pela agropecuária saiu de 5% para 17% no Pantanal. Proporcionalmente, o maior crescimento desta atividade foi na Amazônia: saiu de 3% para 16%.

Informativo Misto Brasil

Inscreva-se para receber conteúdo exclusivo gratuito no seu e-mail, todas as semanas

Assuntos Relacionados

DF e Entorno

Oportunidades





Informativo Misto Brasil

Inscreva-se para receber conteúdo exclusivo gratuito no seu e-mail, todas as semanas