Protestos em diversas cidades pedem democracia na Venezuela

Protesto no Perú eleições na Venezuela
Centenas de venezuelanos se reúnem na Plaza Manco Cápac, para a chamada 'Marcha pela Verdade', que exige transparência nos resultados/Arquivo/Perú21

Os organizadores afirmam que os protestos ocorreram em mais de 300 cidades, dentro e fora da Venezuela

Por Misto Brasil – DF

Milhares de pessoas saíram às ruas em diversas cidades ao redor do globo neste fim de semana para pressionar o governo da Venezuela a divulgar os resultados das eleições presidenciais de julho, após o presidente, Nicolás Maduro, se autodeclarar vencedor do pleito.

A oposição, por sua vez, defende a vitória do candidato antigoverno Edmundo González Urrutia, conforme divulgou a DW.

Os organizadores afirmam que os protestos ocorreram em mais de 300 cidades, dentro e fora da Venezuela, com participação massiva da comunidade no exílio, estimada em 7,7 milhões de pessoas.

Do Canadá a Argentina, passando por Tóquio e Sidney, as manifestações deste sábado (17/08) ocorreram em um momento de grande tensão política no país sul-americano.

A oposição denúncia fraude eleitoral nas eleições, nas quais a maioria dos venezuelanos que vivem no exterior não puderam participar em razão de entraves burocráticos, sendo esta uma das maiores queixas dos opositores de Maduro.

Os protestos ao redor do globo foram convocados pela maior aliança de oposição na Venezuela, a Plataforma de Unidade Democrática (PUD) liderada por María Corina Machado, para exigir transparência do governo venezuelano quanto ao resultado da votação.

No Brasil, na Colômbia e no México, muitos dos que protestaram em solidariedade aos venezuelanos criticam os posicionamentos de seus governos sobre a crise na Venezuela, apesar das tentativas de mediação em busca de uma saída pacífica para a crise.

O presidente Lula da Silva sugeriu a realização de novas eleições na Venezuela como solução para o impasse no país vizinho. Os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da Colômbia, Gustavo Petro, saíram em defesa da proposta.

A venezuelana Lorena Lara, que vive há 14 anos no Brasil, avalia que a sugestão de Lula, porém, “não faz sentido”, uma vez que as eleições já se realizaram dentro das regras do governo de Maduro, sem que ele apresentasse os resultados do Conselho Nacional Eleitoral que comprovassem sua vitória.

O México, que até bem pouco tempo integrava um grupo com Brasil e Colômbia para tentar negociar uma saída para a crise na Venezuela, rechaçou a proposta de novas eleições. O presidente Andrés Manuel López Obrador disse não considerar a ideia “prudente”.

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