Humanidade entrou no “cheque especial” dos recursos do planeta

Limpeza no Lago Paranoá DF
Muito lixo foi recolhido por voluntários hoje dentro do Lago Paranoá/Arquivo/Lucio Bernardo Jr./Agência Brasília
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A partir de agora, a humanidade vai viver da sobreutilização desses recursos, esgotando ainda mais a biosfera

Por Misto Brasil – DF

A humanidade entrou nesta quinta-feira (01) no “cheque especial ecológico”, após esgotar os recursos do planeta disponíveis para este ano, alerta a ONG Global Footprint Network.

O chamado Dia da Sobrecarga do Planeta (Overshoot Day) chegou um dia mais cedo do que no ano passado e assinala o momento em que a necessidade de recursos e serviços ambientais por parte da humanidade excede a capacidade da Terra para renovar esses mesmos recursos.

A partir de agora, a humanidade vai viver da sobreutilização desses recursos, esgotando ainda mais a biosfera, conforme informaram as agências DW e Lusa.

O Dia da Sobrecarga da Terra é uma média global que, com poucas exceções, está chegando cada vez mais cedo. Em 1971, por exemplo, ele aconteceu no dia 25 de dezembro. No ano 2000, em 17 de setembro. Em 2023, no dia 2 de agosto.

A mesma marca recorde desta quinta-feira já havia sido atingida antes em 2018 e 2022.

Como explica um comunicado da associação ambientalista Zero, a partir de hoje é preciso usar recursos naturais que só deveriam ser usados a partir de 1° de janeiro de 2025, o que significa que os humanos estão usando 1,7 planetas, ou seja, mais 70% do que a natureza oferece anualmente.

Se toda a humanidade tivesse o mesmo padrão de consumo da população brasileira, em 2024, o Dia da Sobrecarga da Terra aconteceria em 4 de agosto.

No caso da Alemanha, seria em 2 de maio. Considerando os Estados Unidos, no dia 14 de março. E se todos os países vivessem como a Alemanha, seriam necessárias três Terras. Se vivêssemos como os Estados Unidos, cinco Terras.

Essa sobrecarga ecológica compromete a segurança dos recursos naturais. E as consequências são evidentes no desmatamento, na erosão dos solos, na perda da biodiversidade e no acúmulo de dióxido de carbono na atmosfera — o que leva ainda a fenômenos meteorológicos extremos cada vez mais frequentes e à redução da produção alimentar.

Lewis Akenji, membro da direção da Global Footprint Network, afirma em comunicado:

“A sobrecarga da Terra vai acabar. A questão é saber como: por projeto ou por desastre. Uma transição planejada nos daria mais segurança do que ceder aos caprichos de um planeta desequilibrado pela sobrecarga”.

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