Os investidores estão olhando para as decisões políticas e para a especulação para um aumento da taxa de juros no Japão
Por Misto Brasil – DF
Com os bancos centrais do Japão, dos EUA e do Brasil decidindo as taxas de juros nesta semana, o Ibovespa deu uma esperada e caiu 0,42%, aos 126.953,86 pontos, uma baixa de 538,63 pontos.
O dólar comercial também registrou queda, com 0,57%, a R$ 5,62. E os DIs (juros futuros) subiram, enquanto a remuneração do Tesouro se aproximou da máxima do ano.
Os investidores estão olhando para as decisões políticas. A crescente especulação para um aumento da taxa de juros do Bank of Japan esta semana ajudou a impulsionar o iene e gerou pressão sobre as moedas de mercados emergentes.
No caso do Fed, a expectativa é de manter a taxa de juros na faixa de 5,25% a 5,50%, mas com olhos voltados ao que vai estar escrito no comunicado, para um também amplamente esperado aceno a corte de taxa em setembro.
Quanto mais o banco central norte-americano cortar os juros, pior para o dólar, que se torna comparativamente menos interessante, na medida que os rendimentos dos Treasuries diminuem.
No Brasil, o conjunto de incertezas que fez o BC interromper o ciclo de afrouxamento monetário ainda existe, impedindo um corte de juros nesta semana, avaliou o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello.
As observações de Mello se alinham com a avaliação unânime do BC de um ambiente doméstico e externo desafiador, contrastando com o presidente Lula da Silva, que critica o nível das taxas de juros e a condução da política monetária.
Entre as incertezas está o fiscal, com o impasse em torno da desoneração da folha salarial de empresas e municípios que tem impacto relevante o suficiente para comprometer a busca do governo pelo déficit primário zero neste ano.
“É óbvio que nós seguiremos o diálogo tentando construir uma saída, mas conscientes de que esses gastos tributários tiveram e terão um impacto importante neste ano, o que dificulta a execução orçamentária de um ano que nós planejamos chegar próximo ao equilíbrio fiscal”, registrou o site do InfoMoney.