A expectativa também de que o governo atue de fato para conter a crise de confiança que elevou as cotações nas últimas semanas
Por Misto Brasil – DF
Em um dia em que o presidente Lula da Silva não discursou contra o Banco Central e a atual política monetária, o dólar finalmente encontrou espaço para cair ante o real e voltar a ser cotado abaixo dos R$ 5,60.
A expectativa também de que o governo atue de fato para conter a crise de confiança que elevou as cotações nas últimas semanas, com reunião marcada entre Lula e ministros para falar do fiscal e do câmbio, confirmou o InfoMoney.
Na véspera, em meio a rumores de que o Banco Central estaria consultando as Tesourarias de bancos sobre eventual intervenção no câmbio, o dólar à vista chegou a amenizar os ganhos, mas ainda assim terminou a sessão em alta de 0,22%, cotado a R$ 5,6665 na venda, o maior valor de fechamento desde 10 de janeiro de 2022.
Nesta quarta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a diretoria do Banco Central tem autonomia para atuar no câmbio como entender conveniente e que não há orientação contrária.
Em entrevista a jornalistas no Planalto após evento do lançamento do Plano Safra para a Agricultura Familiar deste ano, Haddad disse acreditar que o dólar vai se acomodar e também que a responsabilidade fiscal é um compromisso de vida pública do presidente Lula.
O dólar comercial caiu 1,71%, a R$ 5,568 na compra e R$ 5,568 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro para agosto opera com baixa de 2,03%, a 5,581 pontos.
Nos últimos dias, o dólar subiu forte ante o real devido a incerteza dos agentes do mercado com a trajetória fiscal do Brasil.
A preocupação é com o risco de esse movimento respingar na economia real, encarecendo produtos e levando o Banco Central a precisar aumentar a taxa Selic, hoje em 10,50% ao ano, para conter a inflação.