Em entrevista a uma rádio estatal húngara, o primeiro-ministro húngaro disse que a Alemanha estava “irreconhecível”
Por Misto Brasil – DF
O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, afirmou nesta sexta-feira (21/06) durante uma visita a Berlim que a Alemanha “já não cheira do mesmo jeito e não parece mais a mesma”, após se tornar um “mundo colorido e multicultural” devido à migração.
Em entrevista a uma rádio estatal húngara, Orban disse que a Alemanha estava “irreconhecível”. “Centenas de milhares de migrantes receberam cidadania pela via mais rápida”, criticou, conforme anotou a Agência DW.
“Se eu for comparar essa Alemanha com a de dez anos atrás, não parece mais a mesma. O cheiro já não é mais o mesmo“, afirmou o ultradireitista.
Ele disse que o país que deixou de ser referência de um “povo ordeiro” e “que trabalha duro”. “É um mundo colorido e multicultural no qual os migrantes que entram não são mais apenas convidados deste país.”
Em 2015, a Alemanha acolheu quase um milhão de migrantes que fugiam de conflitos e da pobreza em países com o Síria, Afeganistão e Iraque, em meio graves crises humanitárias nessas regiões.
No ano passado, o país recebeu 334.000 pedidos de asilo, mais do que qualquer outro país da União Europeia (UE). Em todo o continente, o número de pedidos atingiu o maior patamar em um período de sete anos.
A Alemanha sofre com uma carência de trabalhadores e de mão de obra qualificada, e não consegue preencher por seus próprios meios uma quantidade enorme de vagas no mercado de trabalho, o que pode gerar graves prejuízos à economia.
Diante desse quadro – e apesar das críticas de setores conservadores e da extrema direita – o governo decidiu facilitar a concessão de vistos de trabalho para pessoas de países de fora da UE.
A Hungria também sofre com a falta de mão de obra agravada pelo envelhecimento populacional, no pais de 9,6 milhões de habitantes. De acordo com estatísticas oficiais, nos últimos quatro anos o número de trabalhadores de países fora da UE na Hungria – na grande maioria, asiáticos – praticamente dobrou, aumentando de 35.000 em 2019 para 78.000 em 2024.