Lula da Silva compareceu à reunião buscando transmitir a mensagem de que os líderes de extrema direita são prejudiciais à democracia
Por Misto Brasil – DF
Na foto “de família” da cúpula do G7, o presidente Lula da Silva e seu homólogo argentino, Javier Milei, estão posicionados, junto a outros líderes no evento, em pontas opostas. A foto reflete exatamente o clima entre os dois na Itália, escreve a Bloomberg.
Lula e Milei se cruzaram pela primeira vez na sexta-feira (14) no evento, fazendo parte de um elenco diversificado de personagens reunido pela primeira-ministra Giorgia Meloni.
Mas, ao contrário de Narendra Modi, da Índia, que aproveitou a oportunidade para, pelo menos, tentar melhorar as relações com os líderes dos Estados Unidos e do Canadá, os presidentes das duas maiores economias da América do Sul voaram milhares de quilômetros dos seus países para estarem no mesmo local, e ainda assim, evitarem um ao outro.
Misturando-se entre lideranças globais, incluindo o papa Francisco, as suas diferenças ficaram à mostra, analisa a agência.
Lula da Silva compareceu à reunião buscando transmitir a mensagem de que os líderes de extrema direita são prejudiciais à democracia, um apelo que visa muitos dos aliados de Milei, ao mesmo tempo que reafirmou a proposta de impostos globais sobre os super-ricos, programas sociais para combater a fome e medidas mais agressivas sobre as alterações climáticas, pautas distantes do presidente do país vizinho.
Milei, em vez disso, condenou o aborto e falou sobre os perigos do populismo, que ele vê como uma ameaça vinda de líderes de esquerda.
O brasileiro estreitou laços com o establishment político global e preencheu sua agenda na Itália com uma lista de reuniões bilaterais que incluiu Emmanuel Macron, Meloni, Olaf Scholz, Ursula Von der Leyen e Modi.
O presidente também se encontrou com o papa, um argentino que entrou em confronto com Milei durante sua eleição, anotou a Agência Sputnik.
O mandatário argentino teve uma reunião com a chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, no meio de expectativas de que Buenos Aires possa negociar um novo programa – e talvez obter novos fundos – do credor com sede em Washington.