Depois das eleições da Índia, a da UE é o segundo maior escrutínio democrático do mundo para renovar 700 cadeiras
Por Misto Brasil – DF
Nos últimos meses, a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, viajou por todos os 27 Estados-membros da União Europeia com o slogan “Usa o teu voto”.
Em numerosas rodadas de debates em auditórios municipais, universidades e escolas, ela tentou interessar os eleitores, sobretudo jovens, pelo pleito que se realiza a cada cinco anos, escreve Bernd Riegert, da DW.
“A imagem que vocês vêm na mente são essas mais de 700 poltronas azuis. Elas vão ser distribuídas, quer vocês votem, quer não. Mas agora vocês têm a escolha, podem fazer uma diferença, podem influenciar quem vai ocupar ou não um assento”, explicou a política democrata cristã maltesa a um grupo de jovens na Dinamarca.
Depois das eleições da Índia, a da UE é o segundo maior escrutínio democrático do mundo, envolvendo 350 milhões de eleitores – um empreendimento nada simples.
Na última, em 2019, a presença nas urnas ficou em cerca de 50%. Desta vez, uma pesquisa de opinião recente indicou interesse popular em torno de 60%, portanto a participação poderá ser maior.
E participação será especialmente importante, nesta que políticos das mais diversas alas declaram “eleição do destino” ou “do direcionamento”. Pois, do ponto de vista estatístico, o centrismo é que costuma se beneficiar de uma presença alta nas urnas.
Em diversos países-membros, inclusive a Alemanha, a campanha foi marcada pela discussão sobre segurança e defesa, em face da guerra da Rússia contra a Ucrânia.
As consultas mostram que política econômica é o tema dominante para a decisão eleitoral nos 27 Estados, na maioria dos quais a política de migração não desempenha um papel decisivo.
Em grande parte dos países-membros, ocupou muito os candidatos o previsto crescimento da ala direitista – desde eurocéticos conservadores até radicais. Num vídeo para conclamar à eleição, o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, fez advertências sombrias.
“Alguns populistas exigem que a Alemanha saia da União Europeia. Outros veem a Rússia de [Vladimir] Putin ou a China de Xi Jinping como um modelo para a Europa. E ainda outros querem o retrocesso da UE. Que desvario destruidor! A Europa e sua unificação garantem nossa prosperidade e nosso futuro”.