A aplicação da tecnologia em pesquisas de opinião é um caminho sem volta, inclusive para as campanhas políticas
Por Emanoelton Borges – SP
Impossível falar de tecnologia sem citar pesquisas de opinião. Esse tipo de análise nasceu de forma analógica em coletas de papel que poderiam levar dias ou semanas para serem compiladas e analisadas.
Hoje, em meio a tantos avanços, os dados podem ser recolhidos e processados em tempo real, permitindo resposta mais ágil às mudanças de opinião pública. No entanto, o grande ganho com o uso de recursos tecnológicos se volta à assertividade.
É possível, por exemplo, obter a gravação do áudio da entrevista, a geolocalização do local onde a coleta foi aplicada e garantir ainda bloqueios de incongruência de respostas, tudo isso para garantir que o dado seja o mais puro e confiável possível.
Existem ainda ferramentas para tabular as informações e fazer projeções com alto grau de segurança e precisão, com o uso de funcionalidades analíticas ultra inteligentes.
Diante disso, a aplicação da tecnologia em pesquisas de opinião é um caminho sem volta. Os levantamentos estão cada vez mais efetivos e sem a necessidade da intervenção humana, diminuindo assim a função do entrevistador.
Será comum, por exemplo, o cidadão acessar diretamente uma pesquisa ou receber uma videochamada de chatbot. Isso, claro, sem excluir o papel essencial de ouvir, investigar e entender a percepção e a opinião da população.
Análise de dados na política
A inteligência de dados também pode ser aplicada em pesquisas de opinião para campanhas políticas. Em redes sociais, a análise de perfil e o tráfego pago já estão associados à opinião pública. As informações reunidas em entrevistas caem em uma base que auxilia a entender a “cabeça” do eleitor.
A ferramenta contribui ainda para sugerir e incrementar ações que sejam importantes para o desenvolvimento estratégico de campanhas. A inteligência de dados, seja por softwares ou inteligência artificial, oferece insights e percepções separados e classificados.
As campanhas políticas podem usar a IA para examinar dados e identificar tendências e padrões de comportamento do eleitorado, permitindo que as estratégias sejam mais direcionadas e eficazes.
As redes sociais também se tornaram uma fonte rica de informações. Ferramentas de análise de sentimentos podem ser utilizadas para monitorar a opinião pública em tempo real e ajustar as iniciativas.
Lembrando que, atualmente, as campanhas políticas estão centradas no digital com anúncios direcionados, marketing por e-mail, mídias sociais e outras estratégias on-line.
Por fim, a tecnologia permite uma abordagem mais personalizada e eficaz na comunicação com o eleitorado. Porém, não basta apenas possuir o melhor software, é necessário também ter uma boa interpretação e transformar as informações coletadas em estratégias que serão adaptadas durante a campanha eleitoral.
Embora as ferramentas sejam poderosas, o nível de análise desses dados por parte de um estrategista político é crucial para a aplicação junto às estratégias de sucesso.
(Emanoelton Borges é CEO da Alfa Inteligência, da holding Alfa Group)