O assunto será discutido na Câmara Legislativa, que faz em menos de uma semana a segunda reunião sobre o meio ambiente
Por Misto Brasil – DF
Será realizada logo mais às 9 horas, uma audiência pública para debater a obrigatoriedade da implementação de passagens de fauna sobre rodovias que cortam o Distrito Federal. O tema será discutido na Câmara Legislativa.
As passagens são estruturas simples que permitem a passagem de animais selvagens, como quatis e macacos, de um lado para outro. O sistema é bastante usado em outros países e também em vários estados brasileiros, como em São Paulo.
Em alguns locais, essas passgens são subterrâneas, como um túnel de pequena dimensão.
O tema surge após a morte da loba-guará Pequi ano passado. A história de resgate da filhote órfã que passou por 14 meses de reabilitação comoveu a cidade.
Pequi foi acolhida pela ONG Jaguaracambé e, ao fim do período de recuperação, foi solta em uma área de preservação ambiental. A vida em natureza durou apenas 8 meses, quando a loba-guará foi gravemente atingida por um veículo na BR-080.
“A criação de políticas públicas que garantam melhor licenciamento ambiental, passagens de fauna e sinalização por toda a extensão das nossas estradas é essencial para o desenvolvimento da natureza”, comentou o deputado distrital Chico Vigilante (PT), autor do requerimento da audiência.
Na quinta-feira (09), a Câmara Legislativa patrocinou outra audiência pública sobre o meio ambiente. O tema foi a preservação dos efluentes e nascentes no Distrito Federal, como o rio Belchior, hoje o mais ameaçado.
Há até um pedido de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), sugestão apresentada pela deputada distrital Paula Belmonte (Cidadania).
Na audiência pública, o professor do Departamento de Ecologia da Universidade de Brasília (UnB), José Francisco Gonçalves Júnior citou uma pesquisa feita pelo colega professor Henrique Chaves.
De acordo com projecões matemáticas com base nos dados atuais, daqui a 50 anos o DF pode ter 50% menos água do que tem hoje, e com pior qualidade”.
Gonçalves Júnior chamou a atenção para a importância do conhecimento produzido nas universidades para a tomada de decisão por parte dos Poderes Públicos.
“Ouçam a Academia”, pregou. O professor ilustrou seu argumento com uma situação vivida pessoalmente. “Minha mãe perdeu a casa nesta enchente do Rio Grande do Sul, e ela tinha sido avisada desse risco há a seis anos”, anotou a Agência CLDF.