Presidente da China Xi Jinping iniciou viagem pela Europa

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Xi Jinping quando foi reeleito para o terceiro mandato como presidente da China/Arquivo/Divulgação
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O presidente chinês iniciou sua viagem nesta segunda-feira (06) pela França, e depois segue para a Sérvia e Hungria

Por Misto Brasil – DF

O mundo era bem diferente em 2019, quando o presidente da China, Xi Jinping, visitou a União Europeia (UE) pela última vez. Ninguém ainda tinha ouvido falar em covid-19, a invasão da Ucrânia pela Rússia ainda estava distante, e Bruxelas e Pequim miravam um acordo de comércio e investimentos.

Hoje as relações estão bem mais frias: o acordo está parado após a imposição de sanções de ambos os lados, e uma UE cada vez mais agressiva elaborou uma lista de novas leis para diminuir a dependência da China, informou a Agência DW.

Xi iniciou sua viagem nesta segunda-feira (06) pela França, e depois segue para a Sérvia e Hungria. Em Paris, deve sentir uma postura mais rígida da UE, em encontros com o presidente francês, Emmanuel Macron, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Em Belgrado e Budapeste, onde os governos são vistos como mais simpáticos a Moscou e Pequim, a recepção deverá ser mais amistosa.

Na abertura da reunião com Xi na manhã desta segunda, Macron declarou que eram necessárias “regras justas para todos” nas relações comerciais entre a China e a UE, e que a coordenação com Pequim em temas globais era “decisiva”.

Em seguida, os líderes francês e chinês seguem para o destino de férias de infância de Macron, nas montanhas dos Pirineus.

À parte o bucolismo, um funcionário do gabinete do presidente francês disse que as conversas serão políticas – com foco nas posições divergentes sobre a guerra da Rússia na Ucrânia.

A França impôs sucessivas rodadas de sanções a Moscou, no âmbito da UE, desde 2022, enquanto a China, ao contrário, intensificou suas relações com a Rússia. “O governo chinês sempre manteve uma postura objetiva, neutra e equilibrada e não favorece nenhuma das partes”, disse o embaixador da China na França, Lu Shaye, à imprensa chinesa no início desta semana.

O funcionário do governo francês disse que Macron incentivará a China, como um dos principais parceiros da Rússia, a usar os canais à sua disposição para tentar mudar a posição de Moscou e contribuir para a resolução do conflito.

Isso pode, é claro, não dar em nada: em 2023, Xi Jinping concordou em telefonar para o presidente da Ucrânia depois da visita de Macron à China, mas o resultado foi pequeno.

O pesquisador Emmanuel Lincot, do Instituto Católico de Paris e do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas, avalia que Pequim vê a França como importante por esta ser a única potência nuclear da UE.

Mas Lincot acrescenta que a planejada visita à China do presidente da Rússia, Vladimir Putin, no fim deste mês, é um sinal de que Pequim não mudará de posição. “Não haverá um pingo de mudança em termos da abordagem de Xi”, afirma.

A visita de Xi à França também será marcada pela assinatura de novos acordos comerciais, incluindo possíveis pedidos de compras à Airbus. UE e China estão entre as maiores parceiras comerciais uma da outra, mas a UE compra da China muito mais do que a China compra da UE, e Bruxelas frequentemente alega acesso injusto ao mercado chinês.

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