O clima na fábrica de São José dos Campos, interior de São Paulo, é bom: até o fim de 2024, serão entregues 80 jatos comerciais
Por Misto Brasil – DF
No hangar da fabricante Embraer, que só abre suas portas para fazer entregas, três jatos E195-E2 estão prontos para voar. Só um dos aviões vai transportar passageiros no Brasil, os demais seguirão para o Canadá e Espanha.
O clima na fábrica de São José dos Campos, interior de São Paulo, é bom: até o fim de 2024, serão entregues 80 jatos comerciais naquele mesmo espaço. A carteira de pedidos tem engordado, e a previsão é de contratação de novos 900 funcionários.
Fundada em 1969 pelo governo militar, a Embraer é atualmente a terceira maior produtora de aviões comerciais do mundo. Líder no segmento de jatos executivos, ela é a principal fabricante de aeronaves de até 150 assentos.
Com mais de 40 modelos desenvolvidos, incluindo cargueiros militares, a empresa trabalha atualmente no chamado “carro voador”, ou eVTOL, uma aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical.
O cenário é bem diferente daquele visto em 2020, quando a empresa brasileira disse ter sido pega de surpresa com a desistência de compra pela Boeing. A fusão, anunciada em 2018, um negócio de US$ 5,2 bilhões de dólares, criaria a joint venture Boeing-Brasil Commercial, com 80% de controle para os americanos e 20% para os brasileiros.
“O cenário mudou depois da pandemia. O mundo mudou, o mercado mudou. Com aquele evento, nós criamos um plano estratégico para o futuro e estamos executando isso de forma brilhante”, afirma à DW o CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto.
Segundo ele, foi a melhora na eficiência e o aumento nas vendas que fizeram “a Embraer andar muito bem com as próprias pernas” após o rompimento brusco – que custou milhões aos cofres da empresa.
Na sexta-feira (26), momentos antes, Gomes Neto havia batizado com espumante o jato com capacidade para 136 passageiros entregue à companhia aérea Azul, criada no Brasil em 2008. Outros 13 aviões do mesmo modelo farão parte da frota.
O presidente Lula da Silva participou da cerimônia. Ao lado de diversos ministros, como Silvio Costa Filho, de Portos e Aeroportos, o presidente disse que vai investir em infraestrutura aeroportuária na Amazônia e em outras regiões para incentivar o turismo regional.
“Esse país só vai melhorar quando as pessoas mais humildes puderem andar de avião”, disse Lula, instigando as demais companhias aéreas nacionais a comprarem aviões da fabricante.