O fóssil do animal desconhecido para a ciência foi descoberto, descrito e nomeado pelo Museu de Ciências da Terra
Por Misto Brasil – DF
Um fóssil de caranguejo desconhecido para a ciência, foi descoberto, descrito e nomeado pelo Museu de Ciências da Terra. O novo caranguejo não é apenas uma nova espécie (Pirabacarcinus iara), mas um novo gênero, o Pirabacarcinus.
O caranguejo viveu em uma época chamada Mioceno (há cerca de 20 milhões de anos), na qual ambientes marinhos carbonáticos dominavam todo o litoral norte do Brasil, o que é conhecido como o antigo “Caribe brasileiro”, representado pelos calcários da Formação Pirabas.
Para fins de comparação, os seres humanos fazem parte da espécie Homo sapiens e do gênero Homo. O nome do caranguejo Pirabacarcinus iara foi descrito em homenagem à entidade folclórica brasileira Yara ou Iara, a “mãe das águas”.
O paleontólogo do MCTer Rafael Costa disse que o fóssil foi coletado em 1958, que está guardado na coleção de Paleontologia do museu não havia sido identificado até então.
“O sítio paleontológico onde o fóssil foi encontrado, no município de Capanema (PA), não existe mais, o que reforça a importância da manutenção desses exemplares em coleções de museus de ciência”, destacou.
O caranguejo Pirabacarcinus iara iara é o primeiro da família Pilumnidae registrado no Brasil. Essa família reúne dezenas de espécies atuais, com uma ampla distribuição geográfica, e a nova espécie fóssil ajuda a elucidar como o grupo evoluiu e se espalhou ao longo do tempo.
O estudo foi realizado em parceria com o Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens (Universidade Regional do Cariri-URCA) e com o Laboratório de Paleoecologia e Mudanças Globais (Universidade Federal Fluminense-UFF). Os resultados da pesquisa foram publicados em dezembro de 2023, no periódico científico “Journal of South American Earth Sciences“, disponível aqui.