Cem toneladas chegaram a ser descarregadas pelos voluntários, que foram mortos mais tarde. Entidade interrompeu operações
Por Misto Brasil – DF
Um navio carregando 240 toneladas de alimentos originalmente destinados à Faixa de Gaza retornou ao Chipre nesta quarta-feira (03), dois dias após um bombardeio israelense matar sete voluntários da ONG World Central Kitchen (WCK), que fornece refeições em áreas de catástrofe.
A carga não entregue era parte de um total de cerca de 340 toneladas de alimentos enviados em 30 de março pelo WCK a Gaza usando o corredor marítimo do Chipre – uma iniciativa que prevê a inspeção prévia, por parte de Israel, de toda a carga despachada.
Cem toneladas chegaram a ser descarregadas pelos voluntários, que acabariam sendo mortos mais tarde.
A tragédia, que o premiê israelense Benjamin Netanyahu chamou de “não intencional”, levou a WCK a interromper suas operações na região, com o retorno da frota de navios ao Chipre.
Também nesta quarta, o ministério alemão do Exterior alertou que a morte dos voluntários pode significar a piora da situação dos civis em Gaza.
O risco, segundo um porta-voz da pasta, é de que o episódio motive outras entidades de ajuda humanitária, cujo trabalho é “urgentemente necessário”, a reconsiderar e encerrar suas atividades na região.
A Alemanha é um dos aliados de Israel que tem dirigido apelos ao país para que permita a entrada de mais ajuda humanitária em Gaza.
Críticas também vieram dos Estados Unidos, onde o presidente Joe Biden se referiu à morte dos voluntários da WCK como não sendo um caso isolado; da Espanha, que cobrou o “esclarecimento detalhado das causas” da ação israelense; e da Polônia, que anunciou a convocação do embaixador israelense – uma das vítimas do bombardeio era um polonês.