No norte do país africano mais de 90% da população da área corr risco de fome e morte. Etiópia teve uma crise em 1984-85
Por Misto Brasil – DF
Em 1985, o músico e ativista Bob Geldof organizou os lendários shows beneficentes Live Aid em Londres e na Filadélfia para arrecadar doações em resposta a uma devastadora crise de fome que durava dois anos na Etiópia.
Quase quatro décadas depois, Geldof talvez precise voltar à ativa e planejar outro evento de tais proporções se as previsões de especialistas em fome na Etiópia se confirmarem, escreve Sertan Sanderson, da Agência DW.
De acordo com o Programa Mundial de Alimentos (PMA) das Nações Unidas, cerca de 20 milhões de pessoas na Etiópia precisam urgentemente de assistência alimentar.
Um ex-diretor do PMA, que não quis ser identificado, disse à agência de notícias Associated Press que o país está “marchando em direção à fome” mais uma vez.
Getachew Reda, presidente da administração interina da região do Tigré, no norte do país, declarou recentemente que mais de 90% da população da área corria risco de fome e morte.
As autoridades do Tigré alertaram sobre uma “fome crescente” que poderia se igualar ao desastre de 1984-85, que custou a vida de centenas de milhares de pessoas.
O governo em Adis Abeba inicialmente tentou ignorar esses relatos e os definiu como “imprecisos”, acusando Reda de “politizar a crise”.