A plataforma da Meta manteve-se relativamente estável entre 2020 e 2022, tendo só agora registado uma queda de usuários
Por Misto Brasil – DF
É uma rede social para velhos”; “Já ninguém usa isso”; “Eles andam a perder imensos utilizadores em todo o mundo”.
Estes são alguns exemplos de comentários ouvidos por quem trabalha diariamente com redes sociais acerca da maior plataforma do gênero a nível mundial que hoje, domingo, 4 de fevereiro de 2024, faz 20 anos, anota o Diário de Notícias, de Portugal.
E, de fato, longe vai a fase de crescimento acelerado que fez com que atingisse o marco milhões de utilizadores ativos em pouco mais de cinco anos, e muita gente tem desistido de usar a plataforma.
Contudo, o panorama geral é bem mais rico (literalmente) do que muitas vezes se conta, agora que a plataforma está diferente – há isso está! Mas já lá vamos.
A ideia de que há muita gente a abandonar o Facebook não nasce, apesar de tudo, no vácuo. Pelo contrário – e Portugal está até na linha da frente desse fenómeno.
O mais recente estudo – Os Portugueses e as Redes Sociais – de 2023, da empresa de audimetria e estudos de mercado Marktest, dão conta que, em setembro do ano passado, esta rede social liderava o ranking das desistências, com quase um quarto dos inquiridos (24,7%) a dizerem que tinham deixado de a usar nos últimos 12 meses.
Nota curiosa: a “rede da moda”, o TikTok, surge neste estudo logo atrás, com 22,8%.
De acordo com o site especializado statista.com, o Facebook fechou o 3.º trimestre do ano passado (setembro de 2023) com 3,05 mil milhões de utilizadores ativos, bem acima dos 2,8 mil milhões um ano antes.
O Instagram, a sua outra grande rede social tem vindo a crescer progressivamente – dados do referido Bareme da Marktest, de 67,9% dos portugueses que a usaram em 2019 para 80,5% em 2023, de ano para ano foi sempre a subir.
Neste mesmo panorama, o Facebook manteve-se relativamente estável entre 2020 e 2022, tendo só agora registado a referida queda – afinal, num país de 10 milhões de habitantes, após o “pico” de 9,3 milhões em agosto não haveria muito mais para onde subir.
Nos Estados Unidos é que a tendência, de facto, tem sido decrescente – de 280 milhões em 2022 para 243 no ano passado -, daí as várias notícias de que a plataforma está com “hemorragia” de utilizadores. No entanto, em praticamente todas as outras regiões, os números são positivos.
Mesmo na Europa Ocidental, segundo a fonte mencionada acima, subiu de 303 para 307 milhões. Houve flutuações trimestrais (que chegaram a ser de um milhão de pessoas), mas também se pode argumentar que tal se deverá a alguma saturação de público e a mudanças de hábitos.
O Diário de Notícias conclui que o certo é que nem esta, nem qualquer outra rede social é hoje aquilo que era há, por exemplo, cinco anos.
Por natureza, estas plataformas mudam, adaptam-se, consoante o comportamento dos seus utilizadores. Afinal, todos os seus conteúdos são aquilo que que quem as usa nelas publica – mesmo quando estes são produzidos por outros.