A pedra fundamental de Brasília

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Detalhe do obelisco da pedra fundamental de Brasília/Arquivo/Divulgação

O responsável pela edificação do monumento foi o engenheiro Balduíno Almeida, da Estrada de Ferro Goiás

Por Sérgio Botelho – PB

Ao meio-dia do dia 7 de setembro de 1922, centenário da Independência do Brasil, seguindo determinação do governo do paraibano Epitácio Pessoa, foi lançada a pedra fundamental de Brasília.

O responsável pela edificação do monumento foi o engenheiro Balduíno Almeida, da Estrada de Ferro Goiás, que enfrentou duríssima jornada para a execução da tarefa, obedecendo a decreto assinado pelo presidente da República, em janeiro de 1922, mas que somente chegaria às mãos do último elo do comando, o executor da tarefa, em 27 de agosto, a 10 dias da data marcada.

Balduíno não se fez de rogado e na companhia de um verdadeiro exército de gente e de veículos enfrentou dezenas de quilômetros, sob as piores condições, para cumprir a obrigação.

E a cumpriu, efetivamente, dentro do chamado Retângulo Cruls, nas proximidades de Planaltina, área total que media 160 km por 90 km, estabelecido por uma missão comandada pelo engenheiro belga Luís Cruls entre 1892 e 1893.

O obelisco está localizado no Morro do Centenário a 1033 metros de altitude e 47º39′ de longitude, a exatamente 10 km de Planaltina, tendo sido recentemente restaurado, conforme o site da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal.

“Sendo Presidente da República o Excelentíssimo Senhor Dr. Epitácio da Silva Pessoa, em cumprimento ao disposto no decreto n.º 4.494 de 18 de janeiro de 1922, foi aqui colocada em 7 de setembro de 1922 ao meio-dia, a Pedra Fundamental da Futura Capital Federal dos Estados Unidos do Brasil”, está escrito no monumento.

Quando da Missão Cruls, o então presidente, o alagoano Floriano Peixoto (1891-1894) se mostrava disposto a cumprir, ainda dentro do seu período de governo, a letra da Constituição Federal de 1891, que determinou a mudança da capital federal para o Planalto Central.

Por sinal, uma proposta inicialmente ventilada pelo paulista de Santos, José Bonifácio de Andrade e Silva, conhecido como o Patriarca da Independência, ainda em 1823, inclusive sugerindo Brasília como nome para a nova capital do país.

Posteriormente à afixação da pedra fundamental, no caso em 1953, coube a um sobrinho de Epitácio, já falecido, o marechal paraibano José de Pessoa, irmão do ex-presidente do Estado da Paraíba, João Pessoa, assassinado em 1930, para chefiar a Comissão de Localização da Nova Capital Federal. A missão lhe foi confiada pelo presidente Café Filho (1954-1955), norte-rio-grandense.

“O Marechal José Pessoa não se ateve somente ao trabalho da comissão de localização do sítio, mas também expandiu sua atuação antevendo problemas e articulando melhorias para a região com autoridades locais e federais.

A principal conquista desse trabalho foi proteger o sítio escolhido da especulação imobiliária, solicitando ao governador de Goiás que declarasse a necessidade pública e de conveniência ao interesse social a área que ele e sua equipe haviam destinado à localização da nova capital federal, para efeito de desapropriação”, diz documento do Blog do Exército Brasileiro.

A função foi exercida por José de Pessoa até 1956, já no governo Juscelino Kubitschek, que efetivamente tomou a seu cargo a construção de Brasília, e cumpriu a missão, como é sobejamente sabido.

(Sérgio Botelho é jornalista na Paraíba. Foi assessor parlamentar no Senado Federal)

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