Sistema de drenagem em execução desde janeiro na Asa Norte, terá quase 8 quilômetros. Foram removidos 233 mil m³ de solo
Por Carolina Caraballo – DF
O mais ambicioso projeto de drenagem de Brasília atingiu um marco importante nesta semana. Por debaixo da terra, os túneis do Drenar DF alcançaram 3,6 quilômetros, é quase a metade de um total previsto de 7,68 quilômetros.
O trabalho subterrâneo, no método “tunnel liner”, evita transtornos para os moradores das regiões onde as obras são executadas. As escavações passariam quase despercebidas pela população, não fossem os poços de visita (PVs) estruturados pelo caminho.
Na superfície, ao alcance dos olhares mais curiosos, a escavação da bacia de contenção que atenderá o programa, localizada na L2 Norte, está perto de ser concluída – mais de 233 mil m³ de solo foram removidos, faltando menos de 13 mil m³ para o fim.
O Drenar DF saiu do papel em janeiro deste ano, depois de duas décadas de espera, para sanar antigos problemas de inundação em áreas críticas da Asa Norte.
O Governo do Distrito Federal (GDF) investiu R$ 174 milhões na construção da nova rede de escoamento nas quadras iniciais do bairro, com tubulações saindo das proximidades do Estádio Nacional Mané Garrincha e descendo pela via L4 Norte, até chegar ao Lago Paranoá.
Parque Internacional da Paz dentro do projeto
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, conferiu de perto o andamento das obras do Drenar DF nesta sexta-feira (10).
“A gente espera acabar com esse trauma grande a partir do próximo ano. E estamos fazendo outras importantes obras de drenagem no Distrito Federal, como no Setor Policial Sul e em Taguatinga, na região da Avenida Hélio Prates”.
O governador ressaltou que, desde o início das obras, nenhum acidente de trabalho foi registrado nos canteiros do Drenar DF. Isso porque o método utilizado na construção dos túneis é bastante seguro. “É um processo feito de forma muito manual”, comentou Ibaneis Rocha. “As pessoas cavam aos poucos e, a cada 46 cm, colocam placas de aço para fazer a contenção da terra”.
Presidente da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), responsável pelo Drenar DF, Izidio Santos apontou que o “tunnel liner” permite que as obras da rede de escoamento respeitem o tombamento do Plano Piloto.
“Ela vai fazer parte do Parque Internacional da Paz, um espaço que vai oferecer ciclovia, calçadas e um projeto de paisagismo muito bacana, que passou pela aprovação do Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional]”, contou Izidio Santos.
“A bacia de contribuição tem ainda uma grande importância ambiental, porque garante que a água captada pelo Drenar DF deságue no Lago Paranoá com mais qualidade e menos velocidade.”
Com a escavação da lagoa praticamente concluída, outras frentes de trabalho serão abertas. Plantio de grama, instalação de alambrados e construção de dissipadores de concreto para controlar a entrada e saída de água na bacia estão entre elas. As paredes laterais da bacia ainda serão reforçadas para evitar o processo de erosão provocado pelas chuvas.
(Carolina Caraballo trabalha na Agência Brasília)