A temperatura média no mês ficou 0,4º C acima do recorde anterior, e 1,7º C acima da média no período pré-industrial
Por Misto Brasil – DF
O mês de outubro foi o mais quente já registrado e, com isso, é “praticamente certo” que o ano de 2023 entrará para a história como o mais quente dos últimos 125 mil anos, afirmou nesta quarta-feira (08/11) o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S), órgão da União Europeia (UE).
Até então, o outubro mais quente havia sido registrado em 2019. Desta vez, a temperatura média no mês ficou 0,4º C acima do recorde anterior, e 1,7º C acima da média no período pré-industrial – já o ano de 2023 está, segundo o Copernicus, 1,43º C acima dessa marca.
No Brasil, enquanto a seca este ano transformou paisagens exuberantes como a da Amazônia de uma forma nunca antes vista – com rios registrando níveis baixos históricos e a morte dos icônicos botos cor-de-rosa –, outras áreas no Sul e Sudeste do país continuaram a experimentar um volume de chuvas anormal, que causou prejuízos à região.
No mundo, partes dos Estados Unidos e do México também enfrentaram seca severa em outubro, enquanto outras áreas do globo sofreram o impacto de tempestades e ciclones avassaladores, segundo o CS3.
As temperaturas dos mares também atingiram um patamar recorde para o mês, algo que cientistas associam ao aquecimento global, e que contribuiu para a formação de tempestades mais violentas.
O calor foi turbinado ainda pela emissão continuada de carbono, fruto de atividades humanas, e a chegada neste ano do El Niño, que aquece a superfície das águas do Oceano Pacífico – fenômeno que deve durar pelo menos até abril do ano que vem, segundo as previsões da Organização Mundial de Meteorologia.
E como os efeitos do El Niño costumam se desenvolver por completo no segundo ano, cientistas creem que 2024 vá ser ainda mais quente, informou a Agência DW.

