Oito livros para (tentar) entender o conflito Israel e Hamas

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Israel é o maior aliado dos Estados Unidos no Oriente Médio/Arquivo/Divulgação
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As obras de sete escritores foram relacionadas para jogar luzes sobre o drama atual no Oriente Médio

Por André César – SP

Em primeiro lugar, um aviso. Longe de ser um expert no assunto, esse humilde escriba é apenas um curioso que, há tempos, gosta de acompanhar o que ocorre naquela região. Sem qualquer pretensão de querer esgotar o tema, essa pequena lista ajuda a jogar luzes sobre o drama atual.

“A grande guerra pela civilização”, Robert Fisk – talvez o maior especialista em Oriente Médio na virada do século XX para o XXI, o jornalista britânico passou boa parte de sua vida cobrindo os dramáticos eventos ocorridos na região. Da revolução islâmica iraniana à guerra Irã-Iraque, passando pela invasão soviética no Afeganistão, Fisk conversa com figuras históricas como o Aiatolá Khomeini, Sadam Hussein e Osama Bin Laden. O livro, um catatau de mais de mil páginas, é leitura obrigatória (e deliciosa) para os interessados em história.

“Pobre nação: as guerras do Líbano no século XX”, Robert Fisk – outro trabalho fundamental do jornalista, é uma mistura de reportagem com análise política. Abordando a invasão do Líbano por Israel no começo dos anos 80, mostra o sofrimento daquele povo e as consequências das ações militares desde então. Outro trabalho de fôlego (pouco menos de mil páginas), funciona como complemento a “A grande guerra..”, do mesmo autor.

“Os sete pilares da sabedoria”, T. E. Lawrence – memórias do icônico “Lawrence da Arábia”, o militar britânico que mais se identificou com o mundo árabe no século XX. O livro registra momentos decisivos da região, a partir da Primeira Guerra Mundial, e mostra como o Ocidente não apenas descumpriu as promessas feitas como também redesenhou o mapa oriental a seu bel-prazer. Além das belas imagens traçadas pelo autor (que era muito amigo de Churchill), é um maravilhoso relato de guerra. Em tempo, dirigido por David Lean e com Peter O’Toole, Anthony Quinn e Omar Sharif no elenco, o filme (1962) baseado na obra é excepcional.

“De amor e trevas”, Amos Oz – o escritor israelense (de origem ucraniana) realiza aqui sua maior obra. Misturando uma espécie de autobiografia com a história de Israel, traça um fascinante quadro da evolução de seu país. Oz, que participou da Guerra dos Seis Dias e do Yom Kippur, era um pacifista, muitas vezes crítico das políticas israelenses. Pode ser lido como romance ou como registro histórico – ou os dois, simultaneamente.

“História de Israel”, Martin Gilbert – outro trabalho de fôlego, registra a história dos judeus desde os primórdios até a formação do Estado de Israel, após a Segunda Guerra Mundial. O texto por vezes é pesado, árido, mas serve como referência aos que se interessam em uma abordagem mais consistente.

“A questão da Palestina”, Edward Said – o grande intelectual e ativista, autor do clássico “Orientalismo”, fala da questão palestina como “a última grande causa do século XX”. Mais atual impossível.

“Jerusalém”, Karen Armstrong – obra bastante rica da historiadora especializada em religião. Sem tomar partido, trata da cidade, seus conflitos e das três religiões que a integram – islamismo, judaísmo e cristianismo. Texto delicioso.

“O que deu errado no Oriente Médio?”, Bernard Lewis – possivelmente a mais controversa obra dessa pequena lista, foi publicada logo após o 11 de setembro. É inegável que o autor, em diferentes momentos, tem uma abordagem claramente pró-Ocidente, mas a pesquisa e os dados históricos justificam a leitura desse trabalho.

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