Os “plataformizados” receberam uma remuneração média de R$ 8,70 por hora trabalhada, enquanto os outros receberam R$ 11,90
Por Misto Brasil – DF
A precarização do trabalho dos profissionais chamados de “plataformizados” ficou pior, e está maior o controle exercido pelas empresas dos setores de transporte e entrega de mercadorias sobre eles.
A constatação é de uma avaliação a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) do quarto trimestre de 2022. Foi uma cooperação entre a Universidade Estadual de Campinas, o Ministério Público do Trabalho e o IBGE. Veja a pesquisa na íntegra
Os ‘plataformizados’ receberam uma remuneração média de R$ 8,70 por hora trabalhada, enquanto os ‘não plataformizados’ receberam R$ 11,90, uma diferença de 36,78%.
Assim como os motoristas, a jornada de trabalho também é superior. Enquanto o primeiro grupo trabalhou, em média, 47,6 horas por semana, o segundo atuou em 42,8 horas.
O levantamento também revelou o perfil sociodemográfico dos trabalhadores. No total 1,49 milhão de pessoas trabalharam por meio de aplicativos de serviço.
Desse número de trabalhadores, 61,3% dos profissionais possuíam ensino médio completo ou superior incompleto sendo que 47,2% eram trabalhadores de transporte particular de passageiro; 39,5% de aplicativo de entrega de comida ou produtos, 13,9% de aplicativos de táxi e 13,2% de aplicativos de prestação de serviços gerais ou profissionais
O procurador-geral do Trabalho, José de Lima Ramos Pereira, disse que entregadores e motoristas que não trabalham via aplicativo trabalham menos e recebem mais, além de representarem quase o dobro do total dos trabalhadores por aplicativo que contribuem com a Previdência”.
Para ele “estamos criando uma subcategoria, com subempregos, sob uma falsa premissa de modernização. Esses trabalhadores precisam ser respeitados e terem seus direitos assegurados”.