Árabes ampliam apoio aos palestinos e veja quem são os grupos militantes

Líbano manifestação pró Hamas Misto Brasília
Manifestantes no Líbano fazem manifestação contra Israel e a favor do Hamas/Arquivo/Reprodução vídeo

Só nesta terça-feira (10), mais de quatro mil pessoas foram ao Centro de Amã, na Jordânia, para demonstrar apoio, segundo a mídia

Por Misto Brasília – DF

Em cidades e países do mundo árabe, uma onda de apoio ao povo palestino cresceu após os ataques do Hamas contra Israel, que levou a um conflito sem precedentes na região.

De Ramallah a Beirute, de Damasco ao Cairo, o apoio à “resistência” contra a ocupação de territórios pelos israelenses é lembrado a todo momento, segundo relatou a Agência Sputnik.

Leia – artigo – ação injustificável do Hamas

É o caso de Farah al-Saadi, um vendedor de café de 52 anos de Ramallah, na Cisjordânia ocupada por Israel. Em entrevista à AFP, ele disse que durante toda a vida viu “Israel nos matar, confiscar as nossas terras e prender nossos filhos”.

“Fiquei satisfeito com o que o Hamas fez”, contou o homem, que tem um filho detido em Israel. Ele ainda enfatizou que já temia a escalada da retaliação, principalmente na região da Faixa de Gaza.

Só nesta terça-feira (10), mais de quatro mil pessoas foram ao Centro de Amã, na Jordânia, para demonstrar apoio ao Hamas. Diversas pessoas entoavam “de Gaza veio a voz, revolução, revolução até a morte”.

Leia – quem é o grupo radical e terrorista

Outros apoiadores palestinos em Beirute, capital do Líbano, distribuíram doces após os ataques terem atingido várias cidades de Israel. Os dois países vivem tecnicamente em guerra há 22 anos e o Sul libanês é ocupado por tropas israelitas.

O ataque surpresa do Hamas aconteceu no sábado (07), durante um feriado. Após se infiltrar em comunidades ao Sul de Israel, mais de mil pessoas foram mortas a tiros, incluindo jovens que participavam de um festival no deserto. Do outro lado, com os bombardeios a Gaza, pelo menos 765 pessoas já morreram.

Grupos militantes palestinos

Brigadas al-Qassam

As Brigadas dos Mártires de Izz El-Din al-Qassam, ou apenas Brigadas al-Qassam, são o braço armado do Hamas. Estima-se que tenham cerca de 40 mil combatentes divididos em diferentes unidades, como forças especiais, unidades cibernéticas, inteligência e defesa aérea. Possuem também o maior arsenal de todos, com armas antiaéreas, mísseis de curto alcance (250 km) e armas antitanques.

Brigadas al-Quds

A Saraya al-Quds é o braço armado da organização Jihad Islâmica Palestina, o segundo maior grupo político de Gaza. Estima-se que o grupo possua 12 mil homens. Recentemente realizaram um desfile por Gaza em que apresentaram um arsenal pesado, com drones, mísseis Buraq e foguetes de longa e curta distância. Alegam ter espiões dentro das Forças de Defesa de Israel (FDI) e são capazes de produzir seus próprios armamentos.

Brigada dos Mártires de al-Aqsa

Nomeados pela disputada mesquita de al-Aqsa, citada pelo Hamas como um dos incitadores do atual conflito, as Brigadas dos Mártires de al-Aqsa são ligadas ao Fatah, partido político fundado pelo líder palestino Yasser Arafat (1929–2004), porém atuam de forma independente. Foi estabelecida durante a Segunda Intifada (2000–2005) e opera principalmente na Cisjordânia, mas já realizou atos em Gaza em conjunto com outros grupos.

Cova dos Leões

Grupo de resistência sem afiliação política, a Cova dos Leões ganhou popularidade entre os palestinos mais jovens por expor suas ações nas mídias sociais. Apesar de seus números serem estimados entre centenas, segundo a mídia internacional, o ganho de notoriedade nas redes sociais reflete o apoio dos palestinos aos movimentos de resistência.

Brigadas Abu Ali Mustafa

A ala armada da Frente Popular para a Libertação da Palestina, um partido de orientação marxista. Eram conhecidos como Águia Vermelha até a morte de Abu Ali Mustafa, antigo líder da Frente Popular. Possuem uma atuação maior perto de Belém e outras cidades ao redor de Jerusalém e seu ato mais famoso foi o assassinato do ministro da Agricultura de Israel, Rehavam Ze’evi, em 2001.