A resolução, que disciplina o tema, foi publicada depois de três anos de discussão dentro do Conselho Federal de Medicina
Por Misto Brasília – DF
Entrou em vigor nesta quinta-feira (13), a resolução 2336/2023 do Conselho Federal de Medicina que flexibiliza a publicidade médica. O texto resumo o debate em torno do assunto que se prolongou três anos.
De acordo com o documento, o especialista pode explorar as redes sociais, mostrar a estrutura que possui, equipamentos e até imagens de seus pacientes ( o famoso antes e depois), desde que seja autorizado por escrito. O médico poderá repostar elogios e depoimentos, desde que feito de maneira clara sem induzir ou prometer resultados.
A nova resolução também autoriza a divulgação dos preços das consultas, a realização de campanhas promocionais e investimentos em negócios não relacionados à área. Em alguns procedimentos, como nos partos, a captura de imagens só pode ser feita por terceiros para não colocar em risco a segurança do paciente.
O membro fundador da Associação Brasileira de Cirurgiões Plásticos (BAPS) e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS), Ícaro Samuel, acredita que a mudança é benéfica e deve ser comemorada.
“A comunidade médica aguardava por isto, os decretos que regulam a nossa publicidade eram bem antigos e essa modernização era necessária. Nem fake news a gente conseguia combater, então essa liberação vai ser benéfica para informar a sociedade de forma correta e responsável”.
A médica Mayla Carbone, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), também tem opinião parecida. “Em 2011, muitas redes sociais que conhecemos hoje, sequer existiam e podemos esperar pelo surgimento de novas ferramentas no horizonte. Acredito que ao otimizar nosso trabalho, estamos contribuindo para fornecer informações confiáveis aos pacientes, ajudando-os a evitar a disseminação de notícias falsas”.
Continuam proibidos o ensino de técnica médica a profissionais de outras áreas, imagens não podem ser manipuladas e o paciente não pode ser identificado. A intimidade e a segurança de cada um deve ser sempre preservada e apesar da liberdade nos anúncios, a responsabilidade e o combate ao sensacionalismo vêm em primeiro lugar.