Com mais de 96% apurados, Javier Milei obteve 30,1% dos votos, seguido do peronista Sergio Massa, com 20,9%
Por Misto Brasília – DF
Quando se assinalam 40 anos de democracia, apenas 69% dos argentinos participaram das eleições, sendo a porcentagem mais baixa nas eleições presidenciais do país desde 2011.
Contrariando as previsões dominantes nas últimas semanas, as primárias da Argentina tiveram como principal vencedor o deputado ultraliberal na economia Javier Milei.
As primárias deste domingo traçaram uma etapa de terços, uma novidade em um país dominado há anos por duas grandes coalizões: uma liderada pelo peronismo e outra pela direita representada pelo ex-presidente Mauricio Macri.
A irrupção de Milei mudou tudo. Da periferia e prometendo a política do “fim das castas”, o economista obriga a política tradicional a se embaralhar novamente, publicou o site do El Pais.
Com mais de 96% apurados, obteve 30,1% dos votos, seguido do peronista Sergio Massa , com 20,9% e Patricia Bullrich, com quase 17%. A coalizão de oposição Juntos pela Mudança não conseguiu cumprir o objetivo de ser a força política mais votada.
A soma de votos entre Bullrich e seu rival interno, Horacio Rodríguez Larreta , chegou a 28,3%, a mais de dois pontos de distância de Milei. O peronismo, em suas piores eleições primárias desde 2011, ficou em terceiro lugar, com 27,2%.
“Construímos esta alternativa competitiva que dará fim não só no kirchnerismo, como também na raça parasitária, inútil e de ladrões que afunda o país”, afirmou Milei em discurso após os resultados.
Milei é economista de formação e ficou famoso comentando o tema na imprensa. Em 2021, foi eleito deputado federal por Buenos Aires.
Suas propostas para a economia, que incluem substituir o peso argentino pelo dólar e fechar o Banco Central, colaboraram para alavancar sua candidatura. Milei também já defendeu medidas como a legalização da venda de órgãos e o fim das escolas públicas.