Um dos homens mais ricos e influentes da Rússia, Prigozhin também acusou os militares russos de atacarem seus homens
Numa escalada de tensão interna na Rússia, Yevgeny Prigozhin, fundador e líder do Grupo Wagner , lançou uma série de acusações contra os líderes militares russos nesta sexta-feira (23). A organização mercenária ligada ao Kremlin vem atuando na guerra na Ucrânia.
Prigozhin afirmou que os generais vêm enganando o presidente Vladimir Putin tanto sobre as razões da guerra quanto sobre a situação no front, de acordo com a agência alemã DW.
Um dos homens mais ricos e influentes da Rússia, Prigozhin também acusou os militares russos de atacarem seus homens e prometeu retaliação contra o comando militar do país.
Ele ainda prometeu “destruir” aqueles que tentarem parar seus mercenários. Analistas apontam que o Grupo Wagner conta com pelo menos 50 mil homens atuando na Ucrânia – a maior parte deles recrutados em prisões da Rússia.
No início da madrugada de sábado, Prigozhin afirmou que cruzou a fronteira entre a Ucrânia e a Rússia com seus homens em direção à cidade russa de Rostov, no sudoeste do país. Bloqueios foram montados em estradas da região pelas autoridades de segurança locais.
Ainda na sexta-feira, o Serviço Federal de Segurança (FSB) da Rússia, o sucessor da antiga KGB, afirmou que abriu uma investigação contra Prigozhin por incitação a uma rebelião armada. A agência de notícias russa Tass informou que a segurança foi reforçada em prédios públicos de Moscou após a divulgação das ameaças de Prigozhin.
Em reposta, dois generais russos publicaram vídeos criticando o chefe do Grupo Wagner.
“Isso é uma facada nas costas do país e do presidente. Só o presidente tem o direito de nomear a chefia militar, e você está tentando atacar a autoridade dele. Isso é um golpe de estado. Recupere o juízo!”, disse o general Vladimir Alekseyev, em palavras dirigidas a Prigozhin.