O presidente da França se reuniu com líderes de governo de 40 países quando falou do aumento das desigualdades
Em um apelo pela reforma do sistema financeiro internacional, o presidente francês Emmanuel Macron afirmou, em discurso durante a abertura da Cúpula sobre o Novo Pacto Financeiro Global em Paris nesta quinta-feira (22), que “nenhum país deve ter que escolher entre reduzir a pobreza e proteger o planeta“.
Falando a líderes de governo de 40 países e representantes de organizações internacionais reunidos para repensar o paradigma financeiro mundial e debater o apoio aos países mais afetados por esses dois problemas, Macron citou o aumento da desigualdade durante a pandemia e a invasão da Ucrânia pela Rússia como fatores adicionais de instabilidade global.
O líder francês advertiu sobre a necessidade de elevar os aportes do setor público, mobilizando instituições internacionais como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Também fez severas críticas ao setor privado, a quem acusou de não estar “à altura” do desafio global, mas que teria o dever de elevar suas contribuições nesse sentido, colocando-se “a serviço do planeta”.
Macron, porém, ressaltou que cada país deve ter soberania para decidir sobre como combater a pobreza e mitigar os impactos das mudanças climáticas.
Os dois temas foram citados como as “batalhas existenciais do nosso tempo” em artigo em defesa da reforma do sistema financeiro, publicado nesta quinta-feira no Washington Post e assinado por 13 líderes mundiais, dentre eles Macron e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que também está em Paris.

