O Mundo das Fake News ganhou um prêmio do Sebrae por incentivar atitudes de cidadania num mundo da era digital
Por Soraia Cantanhede – DF
Um projeto inovador desenvolvido por um professor da rede pública de ensino tem orientado estudantes do Ensino Médio para lidar com o mundo do trabalho e a tomada de decisões na vida adulta.
Em uma oficina do projeto O Mundo das Fake News, o professor Moisés Gonçalves da Silva, do Centro de Ensino Médio 01 (Centrão), de Planaltina, ensina os alunos para serem cidadãos críticos e conscientes, capazes de lidar com os desafios da era digital de forma responsável e ética.
“O projeto visa acabar ou tenta diminuir com os estragos que as fake news geram em adolescentes do 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio. A divulgação de notícias falsas pode interferir negativamente em vários setores da sociedade, como educação, política, saúde e segurança”, explica o educador.
Ele foi um dos finalistas do Prêmio Educador Transformador, uma iniciativa do Sebrae, em parceria com o Instituto Significare e a Bett Brasil.
São realizadas diversas atividades, como aulas expositivas, debates, produção de materiais educativos e campanhas de conscientização nas redes sociais. Os projetos contam com professores de diversas disciplinas como Português, História e Artes Cênicas para uma abordagem interdisciplinar integrada do tema.
Durante as aulas na oficina, os alunos são incentivados a pesquisar e checar a veracidade das informações que encontram na internet, Aprendem também a identificar as características de uma notícia falsa.
“A disseminação deste tipo de informação falsa causa confusão nos alunos. Muitos relataram que não conseguem distinguir quais notícias são falsas ou verdadeiras”,observa o professor Moisés.
A estudante Julyana Rodrigues de Jesus Antunes, participou da recente edição do projeto. Ela conta que a oficina despertou nela o interesse de sempre querer pesquisar sobre as informações que chegam até ela.
“Passei a me aprofundar nos assuntos, pesquiso em sites, redes sociais confiáveis. Tento repassar a verdade para o máximo de pessoas possíveis, por meio das redes sociais”.

As aulas da oficina acontecem às segundas, terças e quintas. Dentre as várias atividades, os estudantes participam de eventos relacionados ao tema abordado, assistem a palestras e debates, bem como são estimulados a produzir conteúdos informativos sobre o assunto.
Mensagens como “discurso de ódio não é liberdade de expressão” e “palavras também machucam” estão espalhadas na escola.
Além de conscientizar os alunos sobre os perigos das noticias falsas, o projeto busca capacitá-los para serem disseminadores de informações corretas e confiáveis em suas comunidades.
Na edição do prêmio de 2023, três projetos da rede pública do Distrito Federal foram finalistas.
O projeto “Ciência é Ouro: costurando os saberes”, da Escola Classe (EC) Córrego do Ouro, em Sobradinho. O projeto Energia Solar Fotovoltaica, do CEF 11, do Gama. E o projeto “O Mundo das Fake News”, do Centro de Ensino Médio 01, em Planaltina.
(Soraia Cantanhede trabalha na Secretaria da Educação do DF)