O cyberbullying afeta 17% das famílias em todo o mundo. Esses dados refletem uma situação preocupante para milhares de crianças
Por Charles Machado – SC
Quantos de nós, falamos com nossos filhos sobre cyberbullying? Quantos de nós encorajamos nossos filhos a falar conosco quando os mesmos recebem mensagens assediadoras ou perturbadoras, imagens ou vídeos na internet ou em seu telefone?
Quantos de nós monitoramos as atividades online dos nossos filhos? Ter uma comunicação aberta e honesta com seus filhos ainda é a melhor abordagem.
O cyberbullying afeta 17% das famílias em todo o mundo. Esses dados, obtidos em 2018 pela Ipsos Public Affairs, refletem uma situação preocupante para milhares de crianças perseguidas na internet por seus colegas de classe. Alguns países, no entanto, diminuíram esses ataques graças a uma ideia brilhante: o programa KiVa.#transformación #internet #solidaridad social
A facilidade de se esconder na rede incentiva menores a se sentirem, de alguma forma, impunes
O cyberbullying não é um evento isolado. De acordo com uma pesquisa de 2018 elaborada pela Ipsos Public Affairs, multinacional de pesquisa de mercado, esse flagelo das escolas e institutos do século XXI é um problema universal e de grande incidência: quase 1 em cada 5 pais no mundo admite que pelo menos um de seus filhos já sofreu cyberbullying em algum momento.
Nesta pesquisa online com cerca de 21 mil pessoas de 28 países, a Índia aparece como o local onde a existência desse tipo de agressão é mais reconhecida, com 37% das famílias afetadas. Sendo seguida pelo Brasil com 29% e pelos Estados Unidos com 27%. O ranking é fechado pelo Japão com 4% e Rússia com 2% dos casos relatados pelos pais deste estudo.
Para 76% desses entrevistados acreditam que os governos dos países pesquisados não dão atenção suficiente ao cyberbullying. O que também impressiona é que 25% dos entrevistados sequer sabem o que é cyberbullying.
Nos casos de bullying na Internet entre crianças, vários padrões são reproduzidos, e se repetem em todos os países com as seguintes características:
1) Em grupo. Na maioria dos casos, a intimidação é exercida por várias pessoas.
2) Entre conhecidos. O mais normal é que o agressor e o agredido sejam colegas de classe.
3) Causa danos. Sempre causam males psicológicos e sociais através de humilhações, insultos, espalhando mentiras, etc.
4) Diário. Os ataques não são pontuais, mas ocorrem com quase sempre com frequência diária em uma rotina torturante para as crianças e jovens.
5) Online. As redes sociais são as ferramentas para empreender, mas pode ser estendida para a sala de aula.
É preciso dizer que cada criança vivencia isso de uma maneira diferente e cada situação é diferente, mas as consequências psicológicas do cyberbullying geralmente são graves: prejudica a autoestima e a capacidade das crianças de se relacionarem e, em casos extremos, pode levar à depressão.
Quais as diferenças entre o Bullying e o Cyberbullying?
O bullying tradicional e o virtual estão intimamente ligados, pois ambos impedem o acesso igualitário à educação e atuam contra a criação de ambientes de aprendizagem inclusivos, protegidos e não violentos para todas as crianças e adolescentes. Mas, ao mesmo tempo, têm algumas dessemelhanças que agravam o impacto e as consequências desta última. A internet e os dispositivos tornam os agressores mais confiantes e agem de forma mais impulsiva e agressiva, ousando fazer coisas que em outros tipos de circunstâncias eles não fariam. Por que isso está acontecendo?
1. A facilidade de se esconder na rede faz com que os menores se sintam de alguma forma impunes, invencíveis e sem responsabilidade.
2. Por se tratar de um assédio à distância, a empatia do agressor com a vítima diminui e fica mais difícil para ele ter consciência dos danos psicológicos que causa.
3. A internet aumenta a viralidade dessas atitudes porque permite que as crianças participem mais facilmente do bullying compartilhando ou curtindo postagens ofensivas.
4. As respostas rápidas e impulsivas provocadas pelas comunicações imediatas da Internet podem aumentar os conflitos.
Parte-se do princípio de que o bullying é uma agressão que visa alcançar recompensas sociais como o poder e foca em reduzi-los e aumentar a gratificação por empreender comportamentos positivos. O papel do professor é fundamental, pois ele é responsável por educar na convivência e na cultura grupal.
Aqui temos a lei 13.185 de 2015 que instituiu o programa de combate à intimidação sistemática (Bullying). Para a lei considera-se Bullying, a intimidação sistemática de ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.
Fica caracterizado a intimidação sistemática quando há violência física ou psicológica em atos de intimidação, humilhação ou discriminação e, com o emprego de ataques físicos, insultos pessoais, comentários sistemáticos e apelidos pejorativos, ameaças por quaisquer meios, grafites depreciativos, expressões preconceituosas, isolamento social consciente e premeditado e pilhérias.
O Cyberbullying ocorre quando há intimidação sistemática na rede mundial de computadores, quando se usarem os instrumentos que lhe são próprios para depreciar, incitar a violência, adulterar fotos e dados pessoais com o intuito de criar meios de constrangimento psicossocial.
Diferente do bullying, a facilidade do acesso digital dos nossos jovens, torna o Cyberbullying, mais intenso e cruel, pois não encontra limites as formas digitais, conteúdos e ferramentas que ampliam a tortura da vítima.