Mercado e bancos gostam do “arcabouço fiscal” do governo

Bolsa de Valores B3 Misto Brasília
A bolsa é o local para compra e venda de ações/Arquivo
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A bolsa de valores fechou em alta estimulada pelas declarações e propostas do governo para o ajuste fiscal apresentado hoje

O Ibovespa fechou em alta de 1,89%% nesta quinta-feira (30), aos 103.713 pontos, o dólar comercial caiu 0,73, a R$ 5,098 na venda e a R$ 5,097 na compra, assim como os juros futuros, tudo isso após o tão esperado anúncio do arcabouço fiscal. Veja logo abaixo as notas da Febraban e da Abrainc.



O principal índice da bolsa brasileira, que representa o mercado financeiro, se saiu ainda consideravelmente  melhor do que seus pares em Nova York – Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq tiveram altas menores de, respectivamente, 0,43%, 0,57% e 0,73%.

Para analistas de mercado consultados pelo InfoMoney, o arcabouço fiscal anunciado por Fernando Haddad, ministro da Fazenda, na manhã desta quinta, foi uma carta de intenções positiva e ajudou a dar um norte para o mercado, ainda que algumas projeções que guiam o governo em busca de uma sustentabilidade da dívida sejam muito otimistas.



Com isso, os especialistas esperam ainda por mais detalhes, o que podem determinar novos ganhos do índice ou levar a um novo movimento de pressão.

Os bancos também se manifestaram favoravelmente. A entidade que representa essas instituições considerou o “conjunto positivo”. Veja nota logo abaixo.



Nota da Federação dos Bancos sobre a proposta do governo

A Febraban considera positivo o conjunto de medidas anunciadas pela equipe econômica sobre as premissas do novo arcabouço fiscal, antecipando-se, inclusive, ao prazo estabelecido pela emenda constitucional 126 (PEC da Transição).

Trata-se de um passo importante e meritório, pois procura combinar as prioridades sociais do país com o necessário controle da expansão dos gastos públicos.

Ainda que seja necessário conhecer e aprofundar seus detalhes, a proposta anunciada representa um avanço na busca da trajetória sustentável da dívida pública, ao estabelecer limites para a expansão das despesas do setor público combinada com metas de resultado primário ambiciosas, com a previsão de zeragem do déficit primário já em 2024. Com isso, ao longo dos próximos anos, poderemos até ter um recuo da dívida pública em relação ao PIB.



A proposta também tem o mérito de buscar um horizonte de estabilidade da dívida, ao definir regras para a gestão das finanças públicas que sejam, ao mesmo tempo, razoavelmente ambiciosas, mas críveis em sua execução.

Ao procurar apresentar a proposta de forma ampla para a sociedade, antecipando seu debate para os agentes políticos e econômicos, o Ministério da Fazenda demonstra que se trata de um processo em construção. Dessa forma, o setor bancário, que tradicionalmente se posiciona e contribui com pautas voltadas para o desenvolvimento do país, estará à disposição para colaborar com o governo para tornar as medidas bem-sucedidas em seus objetivos.

Isaac Sidney – presidente da Febraban



Nota da Associação de Incorporadoras Imobiliárias

A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) entende como uma medida necessária e urgente a implantação do novo arcabouço fiscal. A nova regra pode trazer equilíbrio às contas públicas no longo prazo e esta é uma condição essencial para que tenhamos juros baixos de forma sustentável e novos investimentos, garantindo a geração de empregos.

A ABRAINC destaca que a atual taxa Selic em 13,75% é um grande entrave ao crescimento econômico do Brasil e a aprovação do arcabouço no Congresso vai possibilitar que o Banco Central inicie um novo ciclo de redução nos juros. Para o setor da construção, que representa 10% da força de trabalho, 9% da arrecadação de tributos e 7% do PIB brasileiro, os juros baixos são fundamentais para financiar projetos de longo prazo e garantir que os compradores de imóveis tenham mais acesso a moradia.

Pela regra proposta, o crescimento real das despesas públicas fica limitado a 70% da variação da receita. Dessa forma, o governo espera reverter o atual déficit primário de 0,5% do PIB para um superavit de 1% em 2026. O arcabouço também prevê gatilhos que limitam o crescimento das despesas em anos que a projeção de receitas é menor, por outro lado, garante que sejam realizados maiores investimentos em anos de maior crescimento. A medida traz portanto um maior equilíbrio as contas públicas no longo prazo.



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