A fusão foi fechada e anunciada antes da abertura dos mercados asiáticos, tentando evitar o pânico
Após um fim de semana de intensas negociações, o banco suíço UBS anunciou na noite deste domingo (19) a compra de seu maior rival, o enfraquecido Credit Suisse, por 3 bilhões de francos suíços, o equivalente a cerca de 3,23 bilhões de dólares (cerca de R$ 20 bilhões).
A fusão entre os dois gigantes, que integram o clube dos 30 estabelecimentos bancários considerados demasiado grandes para falir, foi fechada e anunciada antes da abertura dos mercados asiáticos, tentando evitar o pânico.
O valor é metade do que o Credit Suisse valia no fechamento do mercado de ações na sexta-feira, mas bastante superior à proposta inicial do UBS de 1 bilhão de francos suíços.
Negociações envolveram também o governo suíço
Fundado em 1856, o Credit Suisse, sediado em Zurique, tem mais de 50 mil funcionários em todo o mundo, sendo 17 mil deles na Suíça.
As negociações envolveram os dois bancos, o governo suíço, o banco central suiço e a entidade reguladora do país, com o objetivo de restaurar a confiança do Credit Suisse e manter a estabilidade do sistema financeiro mundial. Na última semana, o Credit Suisse registrou uma queda de de mais de 25% na bolsa de valores.
Cada ação do Credit Suisse será adquirida por 0,76 francos suíços – na sexta-feira, cada uma valia 1,86 no fechamento da bolsa. Os acionistas do Credit Suisse receberão uma ação do UBS para cada 22,48 ações do Credit Suisse.
De acordo com o presidente suíço, Alain Berset, a aquisição pelo UBS é a melhor solução para restaurar a confiança perdida do Credit Suisse e não é apenas “crucial” para a Suíça, mas também para a estabilidade de todo o sistema financeiro global.
A ministra das Finanças suíça, Karin Keller-Sutter, declarou que a falência do Credit Suisse poderia provocar “danos econômicos irreparáveis”.
“Por essa razão, a Suíça deve assumir responsabilidades além de suas próprias fronteiras”, acrescentou a ministra.
O Swiss National Bank (SNB), o banco central suíço, vai garantir um suporte de liquidez de 100 bilhões de francos suíços para ambas as intituições. A fim de reduzir os riscos para o UBS, o governo suíço vai emitir uma garantia de 9 bilhões de francos suíços para cobrir possíveis perdas, informou a Agência DW.

