Rio Grande do Norte ataque de facção Misto Brasília

Onda de crimes nas cidades do Rio Grande do Norte

Hoje pela manhã, as polícias civil, militar e federal cumprem mandados de prisão e busca e apreensão contra integrantes de facção

Por Misto Brasília – DF

A onda de crimes em cidades do Rio Grande do Norte é mais um capítulo da recorrente violência empreendida pelas facções criminosas que atuam no Estado nordestino, indica reportagem da BBC Brasil. De acordo com informações oficiais, 39 cidades registraram a violência de grupos de bandidos.

Há pelo menos dez anos, dois desses grupos, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Sindicato do Crime, promovem um conflito bélico e mortífero pelo controle de territórios e de atividades criminosas, uma “guerra silenciosa” que já vitimou milhares de jovens potiguares.



Hoje (17) pela manhã, as polícias civil, militar e federal cumprem mandados de prisão e busca e apreensão contra integrantes de facção suspeita de organizar os ataques no Rio Grande do Norte.

São cumpridos, 30 mandados de prisão e 24 mandados de busca e apreensão. O g1 do estado informou que os alvos são ligados à facção Sindicato do Crime.

Nesta quinta-feira (16), a população viveu mais um dia de violência nas ruas, o terceiro consecutivo. Atentados foram registrados em 39 cidades nos últimos três dias.



Ônibus e caminhões foram incendiados. Em Natal, a circulação de ônibus e trens foi suspensa. O atendimento da coleta de lixo e de unidades de saúde foi interrompido e universidades, escolas e comerciantes fecharam as portas com medo de ataques.

De acordo com a mídia, a recente onda de violência fez com que a governadora Fátima Bezerra (PT) pedisse auxílio da Força Nacional, que enviou 180 profissionais ao Estado. Segundo a Polícia Militar, 68 pessoas foram presas e um adolescente foi apreendido até a noite dessa quinta-feira, todos sob suspeita de terem participado dos atentados.

Segundo a imprensa local, os ataques teriam sido ordenados por membros do Sindicato do Crime, quadrilha local presente em bairros periféricos dos principais municípios do RN.



Os crimes teriam sido motivados pelas más condições dos presídios do Estado. Em vistorias a cinco prisões do Estado, o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT), órgão ligado ao Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, encontrou evidências de torturas físicas e psicológicas, falta de alimentação, desassistência em saúde e superlotação, entre outras violações dos direitos, conforme noticiado pelo portal g1.

Especula-se que as duas quadrilhas rivais, Sindicato e PCC, teriam dado uma trégua no conflito para reivindicar melhorias no sistema carcerário por meio de ataques violentos à sociedade civil e serviços públicos.