Trabalhadores resgatados não tinham nem água para beber

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Trabalhadores resgatados em situação de trabalho escravo/Arquivo/Reprodução rede social

Dos resgatados no Rio Grande do Sul, todos homens, 10 eram adolescentes, com entre 14 e 17 anos

Uma operação conjunta entre a Polícia Federal , Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Gerência Regional do Trabalho resgatou na sexta-feira (10) 56 trabalhadores em condições análogas à escravidão em duas fazendas de arroz no interior de Uruguaiana.

Segundo dados da fiscalização do trabalho, este é o maior resgate do tipo já registrado no município, localizado no extremo oeste do Rio Grande do Sul.



Dos resgatados, todos homens, 10 eram adolescentes, com entre 14 e 17 anos.

Eles trabalhavam fazendo o corte manual do arroz vermelho e a aplicação de agrotóxicos, sem equipamentos de proteção, e tinham que fazer longas e cansativas caminhadas para chegar à frente de trabalho, precisando andar muitas vezes cerca de 50 minutos sob o sol até o local de trabalho.

A operação foi realizada após uma denúncia informar a presença dos jovens em duas propriedades rurais, trabalhando sem carteira assinada.



Os próprios fiscais ficaram impressionados com a situação encontrada. ”Nós próprios nos assustamos com a degradação do trabalho”, disse o auditor-fiscal do trabalho Vitor Siqueira Ferreira, citado pelo portal G1.

“Não é só um trabalho braçal ao sol, é esse trabalho sem fornecimento de água, sem local para guardar alimento e fazer a refeição. A comida deles azedava e eles tinham que repartir o que não azedava entre eles. Sem local de descanso, então muitas vezes tinham que dormir embaixo do ônibus, que era onde tinha sombra”, ressaltou.


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