Um presidente caixeiro-viajante

Palácio do Planalto sede do governo federal Misto Brasília
Fachada principal do Palácio do Planalto, sede do governo federal/Arquivo/Divulgação

Na agenda presidencial tem pelo menos cinco países e a recepção de dois presidentes estrangeiros

Por André César – SP

Em diferentes momentos da campanha sucessória, o então candidato Lula da Silva (PT ) falava em “rodar o mundo para recolocar o Brasil no cenário internacional e vender o país”. Eleito, ele parece disposto a cumprir ao menos em parte o prometido. Uma agenda de viagens de peso começa a tomar forma no novo governo.

O titular do Planalto visitará oficialmente os Estados Unidos e se reunirá com o presidente americano, Joe Biden, em Washington, no dia 10 de fevereiro. Cabe lembrar que Biden foi um dos primeiros líderes internacionais a reconhecer a vitória do petista, na eleição de outubro.



A agenda bilateral é ampla e ambiciosa. Abrange, entre outros assuntos, a defesa da democracia (no caso, o enfrentamento a grupos extremistas de direita que pipocam por todo o planeta), as mudanças climáticas, a guerra na Ucrânia e o aumento do comércio e dos investimentos. Temas não faltam.

Antes de ir para os Estados Unidos, Lula viajará à Argentina e ao Uruguai. No dia 23 próximo, ele se encontrará com o presidente argentino Alberto Fernández. A seguir, no dia 24, o brasileiro participará, também em Buenos Aires, de um encontro de líderes da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). Será a volta do Brasil a esse foro, do qual o governo Bolsonaro decidiu sair, por motivação ideológica, em 2019.



O presidente da República também viajará para a China, principal parceiro comercial do Brasil e outro país em que as relações bilaterais foram afetadas negativamente no governo anterior. A previsão é que a visita ocorra ainda neste semestre e será fundamental para o estreitamento (ainda maior) dos laços, não só econômicos, entre os dois países.

Por fim, o novo presidente afirmou que poderá receber em Brasília, em breve, os governantes da Alemanha e da França. O primeiro retomou o financiamento do Fundo Amazônia, enquanto o francês Emmanuel Macron, a exemplo de Biden, foi dos primeiros a cumprimentar Lula.


A movimentação do petista, que deverá incluir ainda a África, indica que o vice Geraldo Alckmin (PSB) será mais que uma simples peça decorativa. Ele, que já acumula o cargo com o ministério da Indústria e Comércio, sentará na cadeira presidencial por mais tempo que seus antecessores. Será interessante acompanhar seu modo de administrar, mesmo que temporária e provisoriamente.

Como se sabe, as nações não têm amigos, têm interesses. Vejamos como Lula se sairá nesse papel de caixeiro-viajante.


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