Teremos energia para carros e para criptomoedas?

Criptomoedas bitcoin Misto Brasília
As criptomoedas se tornaram um importante mercado de investimento/Arquivo

Em vez de usar combustíveis fósseis, teremos que usar eletricidade e é quando países como os Estados Unidos soam seus alarmes

Por Charles Machado – SC

A atividade de minerar moedas é responsável por um elevado consumo de energia, esse elevado consumo de energia fez inclusive com que muitos países proibisse a mineração em seus territórios, o que por outro lado faz com que alguns países com energia barata sejam escolhidos para instalação de mineradoras, como é o caso do Paraguai.

Com o aumento da aquisição de criptoativos, e com a elevação da participação de veículos eletrificados na frota fica uma grande pergunta, teremos energia pra todos? Alguns estudos, já apontam no risco da segurança energética, como nos EUA.



Com o passar dos anos, há cada vez mais usuários que decidem adquirir um carro elétrico em vez de motores a combustão, a fim de alcançar várias vantagens. Entre estes temos zero emissões de dióxido de carbono e outros poluentes, menos manutenção, são mais silenciosos e, acima de tudo, zero consumo de combustíveis fósseis.

Embora com os veículos elétricos não poluamos da mesma forma que com a gasolina, o problema está no consumo de eletricidade. Em vez de usar combustíveis fósseis, teremos que usar eletricidade e é quando países como os Estados Unidos soam seus alarmes.

Mais e mais veículos elétricos estão nas ruas dos Estados Unidos. Isso se deve em grande parte às novas políticas emitidas pelo governo que favorecem a aquisição do ponto de vista da compra. É por causa de leis como a Lei de Redução da Inflação dos EUA.

Nos EUA, o que faz com que cada vez mais usuários mudem para a versão elétrica de seus carros. Para resumir, a lei aloca cerca de US$ 3 bilhões em novos incentivos de veículos elétricos para o Serviço Postal dos EUA (USPS) e cidadãos.



De fato, créditos fiscais foram recentemente emitidos para veículos elétricos em 2023. Além disso, prorrogam o crédito tributário concedido aos proprietários de carros elétricos por 10 anos, até dezembro de 2032. Com essas medidas, o consumo de eletricidade devido a esses carros aumentou muito e, por sua vez, os Estados Unidos alertam que, juntamente com a mineração de criptomoedas, a demanda pela frágil rede elétrica do país aumentará.

Nos caso norte americano, para termos uma referência, a Comissão de Energia da Califórnia, até 2030, o carregamento de carros elétricos aumentará em cerca de 25% o consumo em comparação com o atual consumo, o que já podemos projetar para o caso brasileiro em grandes centros.

Além disso, a NERC adverte que a mineração de criptomoedas continua a ser uma alta demanda para o país, embora já saibamos que não é lucrativo minerar Bitcoin.

Nesse momento não faltam vozes para acelerar a eletrificação de cargas e pessoas nos grandes centros urbanos, algo inquestionável eu creio, mas teremos no curto prazo energia para todos?



Essa é uma decisão que depende fundamentalmente dos municípios, que já é tecnicamente viável se for considerada com os prazos adequados, e que, se não for adotada, ameaça causar um efeito de deslocamento que transformará as cidades atrasadas no refúgio de veículos poluentes de todas as outras, bem como na necessária regulamentação do Direito de Construir, ´para que nossas casas e prédios sejam sustentáveis e auto geradores.

Na Holanda, já proibiram o uso de carros de entregas movidos a combustíveis fósseis a partir de 2025 e com um programa de apoio à transição de empresários logísticos.

Mas qual é a real importância das frotas de transporte na descarbonização? Muito mais do que parece: devido às suas características, os veículos que percorrem percursos relativamente curtos e constantes, são candidatos muito adequados à eletrificação. Após a explosão do e-commerce que marcou a pandemia, vivemos tempos em que a imagem das vans de entrega nas cidades se tornou uma constante.



Mas, além disso, ao contrário dos carros, a natureza de seu trabalho significa que eles permanecem na estrada durante todo o dia de trabalho, às vezes até mesmo em diversos turnos.

Daqui resulta uma percentagem de utilização muito superior aos míseros 3% ou 5% que habitualmente são utilizados: enquanto o automóvel médio circula cerca de uma hora por dia, os furgões podem fazê-lo durante 11 horas, o que implica um multiplicador mais elevado para o impacto das medidas restritivas.

Diante dessa situação, o inteligente por parte dos municípios é entender a tendência e antecipar o mercado, estabelecendo as regras adequadas do jogo para evitar se tornarem os retardatários, nos quais absorvem as vans poluentes que o resto do mundo não quer mais. Tudo isso sem esquecer que existem outras opções muito interessantes para a logística urbana, como bikes elétricas e triciclos movidos a energia.

A eletrificação e o uso a cada dia maior de criptoativos é um caminho sem volta, e logo precisamos avançar na regulamentação.