É cada vez mais comum que o RH procure nas redes sociais suas pegadas digitais que vão falar muito sobre você
Texto de Charles Machado
É indiscutível o papel para o bem e para o mal das redes sociais nas nossas vidas, mas quando o assunto é a relação do uso dessas redes sociais nas nossas relações profissionais, é preciso muito cuidado, afinal até que ponto nosso tempo dedicado a elas pode colaborar ou atrapalhar a nossa vida profissional.
Transformação digital parece ser a palavra de ordem nas relações profissionais, nos ambientes de trabalho, sempre prevalece a máxima da entrega, porém o valor do colaborador para a empresa, seja ela pública ou privada será o resultado do que se entrega, se registra e de que forma esse colaborador é visto por seus colegas e clientes.
Se em muitos casos essa relação e exposição sem medida já foi motivo de demissão por justa causa, é cada vez mais comum a compreensão da vida profissional com o tratamento relacional com as redes sociais.
Seu trabalho já tem um manual sobre a participação de todos nas redes sociais, ou você que o valor reputacional da empresa na consideração do seu ativo intangível também é mensurado com o quadro de colaboradores e a imagem que eles constroem nas redes sociais?
Muitos recrutadores buscam informações para contratação nas redes sociais, afinal com vagas cada dia mais disputadas é cada vez mais comum que o RH procure nas redes sociais suas pegadas digitais que vão falar muito sobre você.
Logo o gerenciamento do seu perfil, e o regramento das redes sociais e o seu uso no trabalho deve fazer parte desse processo de transformação digital.
A transformação digital passa sim pelo uso útil e necessário das redes sociais, tente imaginar falar em transformação digital em uma clínica médica onde parte dos quadros dos seus profissionais compartilham e curtem fake news sobre medicamentos e tratamentos que não foram cientificamente comprovados e que são divulgados por interesses políticos eleitorais? Você confia na empresa em que seus colaboradores escrevem, publicam, e compartilham fake news ou você acredita que uma mente delirante não influencia na qualidade do serviço prestado?
Transformação digital não é um propósito de crença e de fé em um líder carismático, mas a mudança ordenada comandada por quadros capazes que diante de evidências científicas e avanços tecnológicos sabem apontar para onde o seu negócio caminha, e quais são as mudanças urgentes para serem tomadas pra não se atrasar nessa disputa.
O gerenciamento adequado de nossos perfis sociais, criando uma marca pessoal sólida, real e eficaz nas redes é algo essencial para quem busca um emprego, ou procura ser admirado e considerado indispensável em seu lugar de trabalho. Nossa vida no Twitter, LinkedIn, Facebook, ou até mesmo Instagram e até mesmo Tik Tok pode superar o currículo dependendo da forma que tratamos.
Redes sociais são grandes ladrões do nosso tempo, e o que fazemos com a gestão dessas ferramentas diz muito sobre nós. Para muitos pode ser o momento da desintoxicação para que nossa carreira não sofra. E talvez a ausência de redes não interfira na busca por trabalho, especialmente se você levar em conta que não é estritamente necessário dedicar tanto tempo à visibilidade e uma vida em redes distantes da realidade, o que nunca nos tornará melhores profissionais.
O primeiro passo quando reduzimos o nosso tempo e exposição nas redes sociais, é o reordenara a entrada de conhecimento, na busca de fontes mais confiáveis.
Mesmo que você não seja um criador de conteúdo, mas simples voyeur, cada pesquisa, cada leitura de um post essencial sobre nossa profissão publicado no blog de gestão que está na moda; cada revisão dos comentários de alguém importante no LinkedIn, lhe engole alguns minutos. Lembrando que a cada dia é mais difícil encontrar conteúdos relevantes que possam ajudar em nosso trabalho devido ao enorme número de publicações existentes, à duplicação de conteúdo e à falta de credibilidade“, logo voltar aos clássicos, em livros vai lhe tornar mais profundo sobre o que você trabalha.
O que as redes sociais mais produzem é dispersão, na lógica da economia da desatenção, afinal quanto mais tempo seu, mas as plataformas digitais faturam. A multiplicação de opiniões, a falta de homogeneidade, a falta de um editor que valoriza o que vale a pena focar apenas produz uma falta de perspectiva, e terminamos o dia cansados e pouco instruídos.
As redes sociais não são fontes confiáveis ou completas de conhecimento, por isso é aconselhável criar seu próprio plano de aprendizagem profissional baseado em leituras reconhecidas, relações pessoais com outros profissionais e atendimento em cursos e programas estruturados.
Toda vez que alguém gosta no Facebook ou Instagram, segue alguém no Twitter ou faz uma recomendação no LinkedIn, eles se juntam à sua reputação à pessoa recomendada, e isso representa um risco. Você deve lembrar que seus seguidores nas redes sociais podem ser bons parceiros para empreender uma mudança de carreira ou emprego com base na influência que você sabe mostrar. Logo seus seguidores devem ser de qualidade, e é inútil ter uma comunidade muito ampla de seguidores se isso não nos aproximar do sucesso profissional. É por isso que é conveniente que você se livre daqueles que podem prejudicá-lo.
A chave para gerenciar redes é se perguntar como você quer ser visto profissional e pessoalmente quando eles rastreiam suas redes sociais. Você deve rejeitar tudo o que não é compatível com isso, reforçar o que está faltando, e lembrar que existem seguidores convenientes e necessários, que são aqueles que contribuem para você, pois eles inspiram, treinam você ou fornecem informações relevantes para sua vida profissional e pessoal; os que realmente ajudam você porque eles têm informações técnicas interessantes; ou aqueles que lhe interessam porque eles fazem de você onde você precisa estar, e não o que jantou ou o passeio que fez.