Situação de rua pessoa pobreza Misto Brasília

Nas ruas a fome não tem gênero

A invisibilidade histórica cria uma barreira de vulneráveis e esquecidos pelo sistema

Texto de Isadora Lira

Ao tratar-se de pessoas em situação de rua no Brasil não se pode negar a invisibilidade histórica que cerca tais indivíduos, agravada ainda mais durante a Pandemia da Covid-19. Esse tipo de assunto causa, em muitos momentos, certa repulsa ou desinteresse de leitores, ou ouvintes, gerando apenas mais uma barreira para que estes homens, mulheres, crianças e idosos, vulneráveis e esquecidos pelo sistema recebam o apoio que merecem.

É impossível tratar de Direitos Humanos sem citar os Direitos Fundamentais que são privados desses indivíduos: moradia, alimentação, saúde, saneamento básico, dentre tantos outros que são desvinculados dos cidadãos em situação de rua. Cidadãos? Outro direito que lhes são negados. Eles, qual boa parte não possui RG, CPF, ou sequer lembra do próprio nome, não são considerados como cidadãos.



Nada é comentado sobre democracia nas ruas. Sendo “Democracia” o regime político em que a soberania é exercida pelo povo, ao qual qualquer cidadão deveria ter sua voz ouvida, teoricamente, porque as vozes de milhares de brasileiros, que necessitam verdadeiramente serem amparados, estão sendo silenciadas?

Não lhes são dadas oportunidades, não o suficiente, não para metade deles. Somente será possível que suas vozes finalmente sejam ouvidas com a colaboração de todos.



Novas ONG’S com pessoas dispostas a oferecer-lhes novas oportunidades, mais apoio do governo que tem sido cobrado por todos para implantações, por exemplo, de novos banheiros públicos, novas escolas para crianças em situação de rua, novos lares e abrigos para homens, mulheres e idosos. Dessa forma, podemos caminhar para um Brasil democrático e de todos. Dessa forma, vidas serão resgatadas, o desemprego diminui e o Brasil se torna cada vez mais o país que nasceu para ser.