Acordo costurado com o PL e o PP coloca o presidente a um passo à frente dos seus concorrentes
Texto de Gilmar Corrêa
O campo está fértil na política brasileira. Há muita coisa acontecendo e todas convergem para outubro de 2022 e 2023.
A gente sabe que político só “pensa naquilo”. Quando se elege já está com olho nas próximas eleições. A questão é estar no topo, no comando.
E o presidente Jair Bolsonaro sai na frente no projeto agora bastante adiantado se comparado com seus adversários. Enquanto ainda se discute a tal “terceira via”, o presidente sai com a vantagem de um acordo razoavelmente costurado com o Progressista e o PL.
Os dois partidos são o esteio do chamado Centrão, um agrupamento de políticos que há muito tempo dá as cartas na República brasileira.
Bolsonaro deve ir para o Partido Liberal. Está com 99% de certeza, segundo o próprio presidente. Deve assinar a ficha no dia 22.
A sua transferência para o PL, do ex-deputado Valdemar da Costa Neto, que tem uma ficha corrida invejável, vai muito além de uma mera formalidade. Está um conceito de tomada de poder.
PL e PP olham outubro de 2022 com uma visão profissional. Querem ampliar as bancadas e garantir, quem sabe, as presidências do Senado e da Câmara.
Em rodízio, os dois partidos podem controlar o Congresso Nacional. Atualmente, as duas agremiações já têm 87 parlamentares na Câmara e o comando de ministérios importantes, como a Casa Civil com o senador Ciro Nogueira (PP-PI).
É nesse agrupamento que estão os profissionais da política. Bolsonaro sempre pertenceu a esse grupo.
O presidente larga com vantagem até mesmo sobre Lula da Silva (PT), que não vai contar, certamente, com o PL e com o PP, numa coligação para as eleições presidenciais
E vamos nós, na onda dos acordos.