Bolsa Família reloaded

Auxílio Brasil cartão Misto Brasília
O benefício vai substituir o Bolsa Família e está em discussão no Congresso/Arquivo/Divulgação

O titular do Planalto tenta enterrar de vez as conexões com o ex-presidente Lula da Silva

Texto André César

Faz parte da estratégia eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) o estabelecimento de um programa social com a cara do governo federal. Assim, entrou em cena o “Auxílio Brasil”, que substituirá o Bolsa Família.

Ao mudar o principal programa de assistência do governo, o titular do Planalto tenta enterrar de vez as conexões com o ex-presidente Lula (PT), o “pai” do Bolsa Família e, não por acaso, hoje o principal adversário de Bolsonaro na disputa sucessória.

Mais amplo que o programa original, o Auxílio Brasil prevê nove tipos de ações de transferência de renda por meio de benefícios financeiros a famílias em situação de extrema pobreza e de pobreza. Os critérios que definem as duas situações serão regulamentados pelo Executivo.



A medida provisória que trata da matéria (MP 1.061/21), em tramitação na Câmara dos Deputados, determina que os valores dos benefícios serão estabelecidos e periodicamente reavaliados pelo governo federal, e terão relação direta com o quadro socioeconômico do momento. Os valores iniciais serão definidos em setembro e o pagamento começará em novembro.

É inegável que o novo programa representa uma espécie de Bolsa Família repaginado – ou reloaded, se preferir. O impacto eleitoral será grande e, na prática, a proposta de Bolsonaro representa uma armadilha para o PT.

Explica-se. O partido de Lula sempre teve como um dos pontos centrais de sua agenda a questão da distribuição de renda via programas sociais, e o Bolsa Família era o principal deles. Assim, os petistas não poderão votar contra o Auxílio Brasil, sob risco de parecer traição com a história da legenda. Pior, votando a favor, estarão dando um enorme palanque para Bolsonaro.

O novo programa também terá impacto na disputa na Bahia, importante colégio eleitoral. O ministro da Cidadania, João Roma, será o responsável pelo Auxílio Brasil. Ele é pré-candidato ao governo do estado e disputará o pleito contra o ex-prefeito ACM Neto (DEM) e o senador Jaques Wagner (PT). Briga de gente grande.

Enfim, em meio a uma safra de notícias ruins, o novo programa social pode representar um alento para o presidente Jair Bolsonaro. O tempo dirá.


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