Relatório histórico sobre o clima adverte sobre futuro da Terra

Clima atmosfera espaço
O Brasil já não é mais o protagonista nas questões ambientais e do clima/Arquivo

A análise que vem em meio a temperaturas e chuvas recordes que abalaram vários países

A poluição por carbono alcançou níveis tão extremos que uma meta fundamental na luta para deter as mudanças climáticas – limitar o aquecimento global a 1,5 °C até o final do século – será descumprida dentro dos próximos 15 anos a não ser que ações imediatas, rápidas e de grande escala sejam tomadas para reduzir emissões de efeito estufa.

Essa é uma das principais conclusões de um relatório histórico aprovado por representantes de 195 países e publicado nesta segunda-feira (09) pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

A análise, que vem em meio a temperaturas e chuvas recordes que abalaram tanto países ricos quanto pobres, baseia-se em mais de 14 mil estudos para avaliar a ciência das mudanças climáticas induzidas pelo homem.



Ao queimar combustíveis fósseis e liberar gases que aquecem a Terra como uma estufa, a humanidade fez a temperatura média do planeta subir 1,1 °C nos últimos cerca de 150 anos. Mundo afora, isso fez com que ondas de calor e chuvas torrenciais ficassem mais intensas e mais frequentes. Em muitas regiões, as secas estão mais intensas e duram mais tempo. Desde o último grande relatório do IPCC, de 2014, cientistas também ganharam mais certeza de que as mudanças climáticas tornaram incêndios, enchentes e tempestades mais fortes.

Há uma solução simples para evitar que as condições climáticas piorem: parar de queimar combustíveis fósseis – mas governos, empresas e indivíduos estão falhando em fazê-lo com rapidez suficiente, aponta o IPCC.

“Quando olho para os resultados que encontramos sobre os extremos climáticos, diria que estamos em uma crise climática“, disse Sonia Seneviratne, cientista do Instituto de Ciência Atmosférica e Climática o Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, na Suíça, e coautora do relatório. “Nós realmente temos um problema muito grande.”


As maiores fontes de emissões de gases de efeito estufa que impulsionam as mudanças climáticas são carvão, petróleo e gás. Mas um resumo de 43 páginas do relatório elaborado para decisores políticos, um documento preparado primeiro pelos cientistas e depois aprovado linha por linha pelos representantes dos governos, não contém as palavras “combustíveis fósseis”.

Os autores do relatório do IPCC não estão autorizados a comentar a reunião de aprovação do texto em si, que é confidencial, mas “no material que os cientistas escreveram, absolutamente, os combustíveis fósseis são mencionados”, disse o cientista climático Meinshausen. Mas “mesmo perdendo algumas palavras, é uma conquista notável ter no final um acordo com todos os governos. Nenhum governo do mundo pode agora dizer que não acredita no que o IPCC escreveu.”

“A ciência não foi enfraquecida no processo”, acrescentou Friederike Otto, cientista climática da Universidade de Oxford e coautora do relatório.

O relatório do IPCC é a primeira de três partes e foi divulgado antes da cúpula climática COP26, a ser realizada no Reino Unido em novembro. Líderes mundiais discutirão soluções para parar de queimar carvão até 2030 e cumprir uma promessa feita pelos países ricos de pagar aos mais pobres 100 bilhões de dólares por ano para se adaptarem às mudanças climáticas até 2020. Algo que até agora eles não fizeram. (Da DW)


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