Foi concluído o documentário “Como anda meu ônibus”, criado há um ano a partir do projeto que ouviu usuários do transporte coletivo rodoviário com a participação do Ministério Público do Distrito Federal, do Instituto de Fiscalização e Controle (IFC) e voluntários. O projeto envolveu 2.960 participantes que avaliaram o transporte coletivo rodoviário e fizeram sugestões para sua melhoria.
O relatório final do projeto apontou os principais problemas identificados pelos usuários. Entre as principais intervenções recomendadas com base na percepção de passageiros e rodoviários estão: atualização constante das informações da plataforma DF no Ponto (linhas, horários, localização por GPS); apresentação de estudo sobre a necessidade do aumento da frota; priorização das políticas de transporte coletivo; incentivo à mobilidade ativa; revisão e atualização do Plano Diretor de Transporte Urbano, segundo informou a Divisão de Jornalismo do Ministério Público.
O preço da passagem é o segundo item com pior avaliação: “ruim” e “péssimo” somam 74% das respostas. Quando a análise se concentra nos respondentes que recebem até um salário mínimo, esse valor sobe para 79,12%.
Outra preocupação dos passageiros é a segurança. “Péssimo” foi a resposta mais frequente nas questões sobre segurança no trajeto até a parada (37,57%) e dentro dos veículos (29,8%). No item sobre segurança contra assédio sexual e moral nos ônibus, a avaliação que mais recebeu respostas foi “regular” (30%). O único item com avaliação positiva nesse tema foi a sensação de segurança quanto à forma de dirigir dos motoristas: a maioria respondeu “regular” (39,46%) e “bom” (28,95%).
“Sempre quisemos trabalhar com controle social, incentivando a população a fiscalizar os serviços públicos. O projeto tornou esse desejo realidade”, observa a promotora de Justiça Lenna Daher. A primeira coordenadora executiva do “Como anda meu ônibus”, Marjorie Lynn, do IFC, disse que aceitou o desafio “porque acredito no método. A auditoria cívica é um dos caminhos mais promissores para melhorar a qualidade das políticas públicas no Brasil”, afirmou.