Bolsonaro diz que vacina autorizada será ofertada aos brasileiros

Jair Bolsonaro e Paulo Guedes
Bolsonaro e o ministro da economia Paulo Guedes em postagem do presidente no Twitter/Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que qualquer vacina que receber o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) será ofertada a todos os brasileiros de graça, e disse que não faltarão recursos para a imunização da população.

“Em havendo certificação da @anvisa_oficial (orientações científicas e preceitos legais) o @govbr ofertará a vacina a todos, gratuita e não obrigatória”, disse ele, no Twitter. “Segundo o @MinEconomia não faltarão recursos para que todos sejam atendidos”, emendou. Na postagem, Bolsonaro aparece em uma fotografia ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes.

O governo federal tem sido pressionado pelo governo de São Paulo, administrado pelo desafeto João Doria (PSDB), a comprar a CoronaVac, vacina da chinesa Sinovac que está sendo elaborada no país pelo Instituto Butantan. Bolsonaro chegou publicamente a duvidar da eficácia da CoronaVac, e vetou um acordo do Ministério da Saúde com o Butantan. O governo federal tem trabalhado com a vacina da AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford.

De acordo com a agência Reuters, Bolsonaro está agindo para garantir o controle da Anvisa, em articulação que alguns especialistas em saúde temem que irá politizar o órgão regulador e dar ao presidente, um dos mais proeminentes céticos em relação ao coronavírus no mundo, as rédeas sobre aprovações de vacinas contra a Covid-19.

Em 12 de novembro, Bolsonaro indicou o tenente-coronel reformado do Exército Jorge Luiz Kormann para assumir um dos cinco cargos de diretoria da Anvisa. Sem experiência em medicina ou desenvolvimento de vacinas, Kormann deve liderar a unidade encarregada em dar sinal verde aos imunizantes. Caso o nome seja confirmado pelo Senado, como se espera, aliados de Bolsonaro ocuparão três das cinco diretorias da Anvisa, o que lhes dará maioria em todas as decisões da agência.

A Reuters entrevistou mais de uma dezena de autoridades antigas e atuais, governadores e parlamentares sobre os planos de Bolsonaro para a Anvisa, um órgão regulador responsável pela aprovação de medicamentos, dispositivos e tratamentos.

Muitos disseram ter preocupação de que a crescente influência do presidente na Anvisa esteja politizando a agência, que vai ter a função de aprovar diferentes vacinas em teste no Brasil. Embora não tenham citado evidências específicas, alguns têm receio de que Bolsonaro, de olho na reeleição em 2022, possa usar as aprovações da Anvisa para acelerar as vacinas a aliados e retardar a chegada aos rivais.

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